segunda-feira, 15 de novembro de 2010

História do Futebol: O título da A.A. I.

A Associação Atlética Ituveravense (A.A.I) teve grandes times de futebol e no ano de 1967 montou um esquadrão de ouro e disputou a final da 2° divisão do futebol paulista contra a Internacional de Limeira (campeão paulista de 1986 ao vencer o Palmeiras na final em pleno Parque Antartica). A Ituveravense venceu os dos jogos ( ida e volta) e ganhou o direito de disputar a primeira divisão.

Na época, no entanto, a Federação Paulista de Futebol (FPF) exigia que o estádio das Rua Victor Venerando da Fonseca fosse ampliado para no mínimo 15 mil pessoas.

A diretoria ainda construiu o lance de arquibancada do lado oposto do portão principal do Estádio. A obra deixou o estádio com a capacidade de público que abriga hoje: 6 mil pessoas; porém , não foi aprovado pela federação.

O jornal a Gazeta Esportiva de 10 de Março de 1967 circulou com a Manchete, “Ituveravense a um passo do título”. Era o jornal de esporte mais importante do país, e a nossa Ituverava era destaque. Uma pequena cidade do interior com menos de 20 mil habitantes era reconhecida no país, por causa do futebol.

“A Matéria referia – se a força do ‘Tigre do Pamal”; Tigre do Ramal como era conhecido o time da Associação Atlética Ituveravense; pois, ganhava todos os torneios disputados pelas cidades por onde passavam os trens da mojiana, por isso: ramal. Na revista Comarca de Ituverava de 1948 tem as histórias dos títulos do “Tigre”. Na torre da entrada do campo da A.A.I havia um desenho de um tigre, retirado nos anos de 1970. Era um símbolo de vitórias que deveria ser eternizado.

Nesse campeonato de 1967 o goleiro Carlos Henrique marcou um gol contra a Linense, de forma curiosa. Ao repor a bola em jogo, a bola atravessou todo o campo e entrou no gol do adversário.

O próprio historiador Dr.Antonio Barbosa Lima escreveu sobre o time da Associação Atlética Ituveravense em suas pesquisas.Diz ele ficar impressionado com tanto de gente de outras cidades vizinhas que vinham á cidade para assistir aos jogos do Tigre do Ramal .E os torcedores impressionavam com o talento de Salata, Gibi,Bimbo , este chegou a ter uma pequena passagem pelo Vasco da Gama do Rio de Janeiro.

A matemática de Deus


No livro Gênesis da Bíblia “Capítulo número 1, As Origens, A Criação, diz que no principio criou Deus o céu e a terra. Trevas cobriram a face do abismo; e o espírito de Deus era levado por cima das águas. Disse Deus: faça – se a luz. E fez – lhe a luz (...) Disse também Deus: - Faça – se o firmamento”.

A palavra disse do verbo dizer foi repetida várias vezes por Deus, segundo a bíblia Sagrada. Significa que Deus usou a palavra para compor o mundo com a sua forma material.

Explicar a criação do mundo levaram homens e mais homens sucumbirem nessas tentativas.

Marcelo Gleiser, físico notável, que já esteve no programa Fantástico da Rede Globo da televisão, escritor da Folha de São Paulo, explicou no caderno ilustríssima do mesmo órgão de imprensa que : “ Na renascença Copérnico , Kepler e mais tarde muitos falavam do cosmo como obra divinha , e da ciência ou , mais apropriada mente para a época , da filosofia natural , como ponto entre a razão humana e Deus, Para Deus , este geômetra usou as leis da matemática na construção do mundo.Cabe aos astrônomos e aos filósofos naturais decifrar estas leis para conhecermos a mente de DEUS.A princípio da discussão subentende – se que o dialeto comum entre os humanos e a divindade é a matemática “.

Penso particularmente que no verbo de Deus usada para a criação de fato esta a matemática. Vemo – la até mesmo na poesia. A poesia que os místicos dizem ser o canal com que Deus se comunica aos homens.

O imortal poeta Fernando Pessoa diz sobre os números; pois para ele o limite de um número determina o número seguinte.Pessoa escreve : “ O que não tem limites não existe .É que existir é haver outra coisa qualquer.

Fernando Pessoa em diálogo com o seu heterônimo Alberto Caieiro, escreve “Olha Caieiro - considere os números. Onde é que acabam os números? Tomemos qualquer número 34, por exemplo. Para além dele temos: 35, 36, 37,38 e assim sem poder parar. Não há números que não haja o numero maior. E isto é o limite que determina o maior. E limites é estudado em matemática num capitulo superior. Em Cálculo Exponencial e Integral, onde se estuda equações cujas incógnitas muitas vezes tendem ao infinito”.

Em outra visão, Marcelo Gleiser explica: “Imagine que o nosso conhecimento sobre o mundo caiba num círculo. Círculo do conhecimento. E como cresce o círculo? Através da nossa observação sobre o mundo e nós mesmos. E o que os olhos não veem, os telescópios e os microscópios veem; escreve Gleiser É o limite em que os cientistas têm que avançar para obter mais conhecimento.

E esses limites estão para cima (Telescópio) e para baixo (Microscópio).

Se o mundo é matemático, e os números não têm fim e se Deus usou a matemática para criar o mundo, através do verbo, vemos também que as palavras a todo o momento são criadas com os seus radicais, prefixos e sufixos, estamos à frente de um desafio constante, que é a criação.

A todo instante criamos, inventamos, nascemos, a vida não para como os números não param. O que o computador vem sendo para o homem neste início do seculo XXI, uma grande revolução da comunicação; a energia elétrica cumpriu o mesmo papel no início do século XX, da mesma forma a revolução industrial do século XIX transformou a sociedade e esfumaçou as cidades, vemos as revoluções da ciência que marcam a cada século desafiando os limites, é a prova de que Deus criou o mundo com a matemática, avançando, avançando, como os números, infinitamente.

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Nel Ramos Pereira

História do Futebol: O Futebol Amador da década de 1970.


Os Campos de futebol de Várzea eram inúmeros pela cidade. Nesses Campos os jovens treinavam todos os dias para disputar o campeonato amador no Estádio da Associação Atlética Ituveravense, que ficava lotado todos os domingos. Em média 3 mil pessoas assistiam as partidas .A arquibancada principal que era coberta ficava tomada de torcedores.

Oito eram os times: o São Francisco, fundado por Ivo Raimundo Alves treinava no Campo do Orlandão, onde está o Ginásio Municipal de Esportes. A farda era igual a do Palmeiras.

O Paulistano fundado em 1957 por José Ferreira da Silva, o Zé Bombo, treinava num campo onde está a rodoviária Municipal. Era o time do Largo Velho. A farda era igual a do São Paulo. O Paulistano realizava muitos jogos amistosos naquele campo. Havia um barranco que imitava uma arquibancada próxima à lateral e ficava tomada de torcedores.

O São Luiz era o time da Estação, treinava onde hoje está o bairro Parque do Trevo. A farda era igual a do Santos.

Num pouco abaixo havia o campo dos Mecânicos. Servia ao time dos Bandeirantes, a farda do clube era igual á da seleção brasileira. A cidade cresceu e trasformou - se na Praça odlon Teixeira, ou Praça da Santa.

A famosa Vila São Jorge treinava o seu time num campo de terra batida próximo ao rio do Carmo, a farda era igual a do Flamengo do Rio de Janeiro. Eurípides Jorge era o dono do time.

Por sua vez, Argemiro Martins, o Gimirão, fundou a Portuguesinha, o time do Bicão e treinava em campo no próprio bairro, próximo á saída velha para Guará.

Tivemos outros times, como o do Cascata, o campeão de 1970 e 71.O time era de uma empresa que mantinha o comércio de arroz na cidade com máquina de beneficiar e ensacamento. Os jogadores ganhavam sacos de arroz e outros cereais para jogar.O time treinava num campo da algodoeira Santo Antonio.Todos esses times jogaram entre 1970 a 75, com o Cascata bicampeão 70-71,São Francisco 1972-74, o Paulistano em 1973 e 75.

Nos anos seguintes outros times foram fundados, entre eles, o Haja, Clube Atlético Ituveravense. Quando terminava o torneio de cada ano, era comum trazer um time de expressão, como o misto da Ponte Preta para jogar contra a seleção do campeonato.

Ainda na década a diretoria da Associação Atlética Ituveravense tentou voltar a disputar o futebol profissional. A iluminação do campo foi providenciada e aconteceu o primeiro jogo de futebol noturno da cidade, contra o time do XV de Jaú, que disputava a divisão especial ao lado do São Paulo, Corinthians. A ituveravense perdeu por 3 x 1, com gol de pênalti de Gibi, com as arquibancadas repletas de torcedores.

A foto é do time do Cascata de 1972.Em pé, da esquerda para a direita: Vaz, Piolin,Goleiro Fransérgio,Carlito Santiago,Guru,Pezim, Verdureiro e Hernani. Agachados :Tochi, Abrão,Pezão,Roberto e Aguiar.Vemos na foto que a arquibancada ficava totalmente lotada .

Ituverava de Outrora

Foi instalado na Praça X de Março de 1945, um serviço de alto-falante uma iniciativa do comerciante Salvador Cordaro Cruz que mais tarde viria a ser o prefeito de Ituverava. Depois da febre da inauguração do Cine Rosário (1928) o footing voltou para a Praça X de Março ao receber a animação do Alto Falante .Funcionava na parte térrea da caixa d’água onde hoje estão os banheiros públicos.

Os organizadores do Alto falante fizeram uma programação durante o passeio da moçada. A programação seguia: “As suas Ordens”; ”Crônicas Amorosas”; “Programa Infantil” e “Dedicatória” eram realizadas por Fábio Bombig, Renato Amêndola, Sebastião Cordaro Cruz e Salvador Cordaro Cruz.

Salvador era o dono dos equipamentos e conta – nos através da revista “Comarca de Ituverava” como eram as dedicatórias durante o footing.

“Aqui é o Jorge Faria que oferece esta música de Vicente Celestino a uma senhorita que está passeando de vestido azul e que me mandou um bilhetinho esta semana no intervalo das aulas do ginásio.Carla, você sabe quem sou, não posso ficar mais; mas amanhã depois da aula, espero que fale comigo” e muitas vezes essas dedicatórias acabavam em casamento.

O footing na Praça X de Março foi incrementado com a inauguração do Cine Regina no final da década de 1950. Com instalações novas com capacidade para 700 lugares passou a ser o novo ponto de encontro da moçada. E a praça dos moldes antigo tinha o coreto no segundo andar da Caixa d`Água, que hoje, guarda a homenagem ao trabalhador rural. Neslon Cordaro e a sua banda tocavam todos os domingos e a moçada passeando em seu entorno ..

Há cem anos nascia o grupo escolar Fabiano


Há cem anos o secretário de Estado Dr. Antonio Arantes destinou verbas para a construção do 1° grupo escolar de Ituverava . O Dr.Altino tinha interesse em ser governador do Estado, e teve estreitas ligações com Ituverava, como hoje vemos nas atuações dos deputados Barros Munhoz, Arnaldo Jardim.

Altino Arantes comunicou por carta haver fundos para construção de um grupo escolar na cidade. Hoje, já não é mais grupo, e sim: Escola de Ensino Fundamental. Esta carta, no entanto, chegou às mãos de seu parceiro político na cidade, o Cap.Joaquim de Cerqueira César. Veio-lhe a missão de negociar com a Câmara Municipal, a qual deveria dar em contrapartida 10 contos para a construção do prédio.

O Prefeito da época era o senhor Balduino Nunes da Silva; mas o Cap Cerqueira César tomou as rédeas da negociação, e ele escreveu na antiga revista da comarca de Ituverava de 1942, um caso do assunto, o que é de assustar.

“Era mais do que natural que houvesse aprovação unânime. Mas não houve. Fui chamado de sonhador nesta cidade. Não havia dinheiro nem alunos suficientes para o funcionamento de um grupo escolar; e, depois o governo era uma turma de comedeira. Loucura! Não havia como pensar em obra dessa natureza. Era um desafio, A ladainha foi muito longa.

Posta em votação, a proposta foi aceita por cinco votos a dois”

Dois vereadores foram contra a construção da escola, ou melhor, a primeira escola pública da cidade. Alegaram que seria uma obra para comedeira de dinheiro e o outro justificou que a escola não teria alunos.

Depois das confusões o prefeito pode comprar o terreno e dar início à construção da primeira escola pública da cidade com a promulgação da lei n° 70 do ano de 1910. Nascia o Fabiano Alves de Freitas, que ficaria pronto 4 anos mais tarde.

domingo, 10 de outubro de 2010

Ricardo Dias entrega maquete da Igreja Nossa Senhora Aparecida


Ricardo Dias, estudante de Letras da FFCL da Fundação Educacional de Ituverava (FEI) que ficou conhecido por fazer maquetes de obras importantes, principalmente de um circo canadense de fama internacional, agora promoveu outra arte que será utilizada pela Igreja Católica de Ituverava. É a maquete da Igreja que será erguida no Alto da Estação, a de Nossa Senhora Aparecida. Ele também prepara uma nova maquete; a da rede Record de Televisão de Ribeirão Preto.

Painel: Como será a nova igreja?

Ricardo: A nova igreja possui 3 portas de entrada ao público e 60 janelas, na qual foram criadas com CDs. Já a torre que fica ao lado da igreja, possui 1 porta e 108 janelas.
Na pequena e antiga igreja, foram criadas 5 portas de acesso e 19 janelas, na qual foi utilizado EVA preto para sua criação.
No salão, foram criadas 2 portas e outras 24 janelas.

Painel: E a parte externa da igreja?


Ricardo:A maquete também possui uma bela humanização, onde foram criadas 16 árvores e 22 postes com luzes e fios. Para a representação dos fios dos postes, foi utilizado em torno de 10 metros de cordonel.
Já o estacionamento da maquete, foi criado com capacidade para 75 veículos, com outros 16 postes de praça em seu meio.

Painel: E a escala da maquete?

Ricardo : A maquete foi construída na escala 1/125 e possui um tamanho total de 0,88cm² (1,11cm X 0,80cm), e levou 156 dias para ser construída.

Painel: Qual o valor que você cobrou?

Ricardo: Apesar de ser avaliada em R$31.200,00 (trinta e um mil e duzentos reais), a maquete foi doada à igreja católica.
_______________________________________________________________ Painel: Você se inspirou em qual igreja para construir a maquete?

Ricardo: O projeto foi criado baseando-se na grande Igreja de Aparecida do Norte, no interior de São Paulo.
Em Ituverava, a igreja está prevista para começar a ser construída até o final de 2010, e não se sabe ainda data de inauguração.
O Santuário deve ser construído no alto da Estação, próximo ao monumento do Cristo Redentor de Ituverava, juntamente a outra igreja.

Painel: Para que você tem outros projetos em desenvolvimento?

Ricardo: Após eu dar entrevista a Rede Record no começo deste ano, a rede de televisão se interessou em meu trabalho e solicitou uma maquete para a sua nova sede que está sendo construída em Ribeirão Preto.

A maquete da nova sede da TV Record já está em construção e quase pronta.

Provavelmente será entregue entre final de setembro ou dezembro deste ano em Ribeirão Preto, tudo dependendo da data de abertura da nova emissora de jornalismo.


Um terremoto em Ituverava



Em 1896, a Vila do Carmo da Franca principiava crescer.

A iluminação pública já se fazia necessária, num lugarejo em que a cultura do café ostentava a opulência para os coronéis. Os dividendos eram empregados em suntuosas mansões da época, edificadas entre o Largo do Rosário e do novíssimo jardim, que ensaiavam o início de sua formação, que deram origem a Praça X de Março.

A cidade contava até com um bordel, que ficava um pouco abaixo da Praça Rui Barbosa. Esta nem existia na época, muito menos o projeto. Mas sempre havia um coronel de dotes com uma mulher da vida à espreita naquelas janelas. Sem exageros. Eram os costumes da época.

Nesse período foi entregue pela comissão de obras da vila, o prédio onde funcionou a Câmara Municipal e a cadeia. O que sobrou desses prédios foi um quadro de pintura, cuja arte é o símbolo de Ituverava do século XIX . Hoje esta obra encontra-se no Museu Histórico.

A população era pobre. Muito fácil de se provar. Apenas 21 pessoas, pela lei em vigor da época podiam votar e, escolher seus representantes. O cidadão para exercer o seu direito de cidadania tinha que ter uma renda igual ou superior a 200$000. Conclui-se apenas, os coronéis do café e alguns funcionários das esferas estadual e municipal podiam escolher seus representantes na Câmara.

O analfabetismo era gritante. Calcula-se que no ano da libertação dos escravos, - na cidade eram em 230 -, havia mais 500 jovens até 15 anos sem saber ler e escrever. Quase a totalidade da população dessa faixa de idade.

As condições de higiene eram precárias. Qualquer doença virava epidemia. A varíola em 1.888 generalizou com vulnerabilidade e rapidez, causando muitas mortes.

Esse era o quadro da nossa vila antes de chegar a luz.

Porém, em 1896, foi assinado um contrato de iluminação pública que contou com a participação do Cel. Augusto Simpliciano Sandoval. Eram trinta lampiões para iluminar a pequena vila. As fracas luzes originavam de mechas

embebidas em querosene.

Os bons ventos do progresso levaram os coronéis a uma grande empreitada ao construírem uma represa de usina elétrica, um pouco acima da cachoeira Salto Belo e o prédio da força ficou abaixo da queda d’água, onde hoje é o Palácio das Águas.

Em 1910, os coronéis venderam a usina para a Câmara Municipal. Foram oito anos de domínio público ituveravense, pois em 1918 foi novamente vendida, na ocasião, para a empresa Força-Luz de Ribeirão Preto. Logo a seguir a Companhia Paulista de Força e Luz, portanto, ficou com as ações e, até hoje, é a responsável pelos serviços do fornecimento de energia elétrica a cidade.

Ainda existe o concreto que formava a represa da Usina Elétrica de Ituverava, a alguns metros acima da cachoeira; foi o que sobrou dos primeiros tempos de cem anos de iluminação pública.

Ainda, porém, no tempo da Empresa de Força e Luz de Ribeirão Preto a usina de Ituverava deixou de servir energia à população. O fornecimento ficou por conta do rio Sapucaí em São Joaquim da Barra. São fatos históricos que devem ser rememorados.

Com a desativação da empresa de luz e eletricidade da cidade, o prédio da usina ficou abandonado em estado deplorável que, hoje nem mais existe como prova do nosso mais precário espírito de conservação.

Entretanto, enquanto existiu, ainda no início do século, muitas lendas povoaram a imaginação das pessoas com aquele prédio jogado às moscas em meio ao matagal, próximo a cachoeira Salto Belo.

Algumas das lendas que surgiram eram vaporosas. Mas uma percorreu os anos na crença inocente do povo, sempre existiam aqueles que acreditavam que naquele prédio quase em ruínas existia um baú cheio de ouro e pedras brilhantes.

Conta a tradição que entre os folguedos e o silêncio de uma noite, a cidade estremeceu em pânico com um pesado barulho. Um rapaz conhecido como Turquinho explodiu com dinamites o prédio da ex-empresa de eletricidade de Ituverava, na esperança e na ânsia de encontrar o velho baú, nem mesmo com o embate, o riquíssimo pote deu sinal das graças.

A explosão foi tão forte que muitos acreditavam ser um terremoto. A pequena cidade da época, naquele momento, ficou com todas as luzes acesas e ninguém sabia o que estava acontecendo.

Quando as mulheres não iam aos bares


Houve um tempo que as mulheres não iam aos bares. Bar era coisa de homem... Ou se elas iam era no máximo para ficar até as 22 horas. Elas não bebiam álcool. Tomavam apenas sorvete ou refrigerante. Isso por volta de uns 30 anos atrás.

Nem mesmo as “mulheres da vida” freqüentavam os bares da cidade. Elas tinham os seus próprios bares, os seus próprios botecos em casas de zona do meretrício. Eram os homens é que tinham que ir até lá. Porque lá é que as mulheres de Zona ganhavam o seu dinheiro.

E, assim, os bares da cidade, aquele tempo era lugar de homens, á medida que as horas iam avançando a moçada ia chegando.Iam chegando porque o footing da Praça X de Março havia acabado. As namoradas já estavam entregues em casa. Eles prometiam a elas que iam direitinho para casa. Naquele tempo não tinha celular, telefones fixos raros, qualquer mentira tinha perna longa. Eles, na verdade, iam para os bares.

A moçada ia chegando. Um chegava com um violão. Um outro com uma gaita o outro que chegava de carro já avisava que a vitrola á pilha com os discos de vinil, ou fita K-7 estavam á espera. E nessa não era nem meia – noite. E olha que hoje em dia muita gente sai á meia noite! Aliás, a última festa que aconteceu na cidade (a da fantasia) começou ás 1:30 da madrugada.

Os amigos unidos na mesa de um bar bebiam e cantavam. Lá pelas 2 horas da madrugada o bar fechava e a festa continuava nos bancos da praça, violão e sonata tocada “a pilha”. Numa outra noite havia outra escolha: fazer serenatas. Os jovens percorriam as ruas da cidade, de janela em janela. Subia – se nos muros e lá das alturas do muro tocava – se com harmonia e depois de um certo tempo a luz do quarto da moça era acesa, e em seguida apagada, depois novamente acesa. Era sinal que a jovem amada estava acompanhando as músicas da seresta.

De vez em quando havia algum pai bravo. Abria a porta da casa e expulsava os moços do alpendre, ou do muro, ou do pé da janela do quarto da moça. Porém, do outro lado acontecia o contrário, havia pais que convidavam os moços para entrarem e continuar a serenata na sala . A mãe servia alguma bebida acompanhada de bolachas e na despedida sempre á mesma música “Ronda” de Caetano Veloso e os versos românticos de Vinícius de Moraes.

Antes das quatro da manhã os moços já estávam em casa, com o espírito confortado, ao contrário de hoje em que as festas duram até 7 horas da manhã ou quando em quando, vemos as festas Rave que duram mais doze horas ou 24 horas, instigando a bebedeira infindável.

No dia seguinte, domingo á tarde nos bancos do jardim os comentários maiores eram as proezas dos jovens pelas serenatas; ou nos bailes da Associação Atlética Ituveravense.

Hoje, vemos que a serenata é coisa do passado. Não tem como os jovens fazerem serenatas, porque elas saem muito tarde de casa e muitas voltam para casa quando os passarinhos começam a cantar. Elas levam o mesmo tipo de vida dos homens. Elas lutaram para isso. Foi para isso que elas lutaram. Uma prova dessa igualdade, são as lanchonetes que nos dias de sábado vendem mais lanches a partir das 4 horas da madrugada. E as mesas estão de igual para igual com os homens.

Enfim, vemos que os jovens vivem a vida de hoje sem limites. Quando não é uma festa na cidade, é no rancho, é na área de lazer, é na chácara, ou sítio. Lugares que as autoridades não têm acesso; e sabe-se o que passa por lá?!... Eu não sei. Você também não!!! Às vezes 7 ou 9 meses depois sabe-se o que passou...

Serenata é uma palavra que vem de palavra serenar, sereno é o que era os tempos longínquos. Tudo era sereno, havia a paciência. A paciência para esperar o único baile que acontecia no mês, a paciência para juntar dinheiro e comprar a roupa sem ficar devendo. Não havia o descartável como hoje. Hoje, tudo é descartável; A namorada, a mulher, o homem, a geladeira, a televisão, as festas. Tudo está cosificado. Até as pessoas tornaram-se coisas. Hoje são tantas festas, que nem uma vai ficar para a lembrança porque elas são descartáveis como os nossos dias atuais.

No tempo que os Padeiros deixam o Leite e o Pão nas Janelas.



Houve tempo que as ruas de Ituverava eram todas de paralelepípedos e , hoje , esses tipos de ruas estão todas aí. E todas as ruas de paralelepípedos somadas dão. o verdadeiro tamanho da nossa cidade até o final da década 1960. Por isso essas ruas são históricas. É lógico que havia as ruas de chão batido que foi formavam alguns bairros como a Vila São Jorge , a Vila Beatriz , o Largo Velho.

Pois bem, nesse tempo havia algo diferente. As padarias entregavam o pão em casa. Todas as panificadoras tinham suas charretes e na parte traseira havia uma espécie de caixa onde os pães eram guardados.

Assim que dava 5 horas da manhã é como se ouvíssemos o tropel de cavalos puxando as charretes.Ouvíamos o falar baixo do condutor do carro de animais, falando ao cavalo. – Oooopa! Era o comando das fala ligado ao comando das mãos que puxava o breque.e alertava o animal. E a charrete parava.

Ouvíamos o barulho do salto ao chão do entregador de pães. Em seguida também ouvíamos o barulho da portinhola da caixa de pães. O homem tirava um, dois, três, quatro até mais pães bengalas e os ia distribuindo nas casas daquela rua.

Ele entrava nas casas, Era um convidado especial. Ouvíamos o barulho do abre e fecha dos portões de cada casa. Passado alguns instantes, ouvíamos o barulho do carroceiro voltando para conduzir novamente o animal e mais uma vez ouvíamos o estalar dos arreios. Ele seguia o seu trabalho e o cavalo com o ploc – ploc de seus cascos.

Algumas casas também recebiam o leite e os donos das casas deixavam um litro cilíndrico de vidro vazio. O carroceiro trocava – o por um cheio e na janela ficava o leite e os pães.

Quando as donas de casa levantavam só faltava colocar a toalha á mesa com a manteiga. O pão estava quentinho. O leite era fervido. Tomado com café passado na hora. Naquele tempo dos achocolatados só existia o famoso toddy.

As casas naqueles tempos não tinham muros na frente. Eram de grades e muros baixos. Não é como hoje que as casas parecem verdadeiras fortalezas com muros altos e cerca elétrica.

E o curioso é que não se ouvia queixas de roubos de pães e leites. “O pão e o leite ficavam por pelo menos uma hora nas janelas e ninguém os roubava”. Enquanto isso, também ouvíamos a passagem de caminhões de pau-de-arara, ou melhor dizendo, os caminhões que transportavam os trabalhadores rurais, iam para as roças, todos empeluncados na carrocerias sem nenhuma proteção, á frente iam os fazendeiros com suas caminhonetes marca ford.

Quando o sol aparecia por detrás da cachoeira Salto Belo, em pleno verão, a luz ardente alumiava a garotada que ia para as escolas, os trabalhadores das inúmeras cerealistas existentes na cidade, pedalando suas bicicletas e iam para o trabalho.

Era o tempo que não existiam drogas. Era o tempo que não havia parafernália eletrônica de hoje. Era o tempo da TV em preto e branco, que poucos a possuíam; era o tempo do fogão de quatro bocas, quando não o possuíam havia os fogões de lenhas. E todas eram mais felizes.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Folclórica Ituverava ( Agosto o mês do folclore)



Houve tempo em que a cidade era menor. Isto é lógico. Ela principiou a dar uma espichada no início da década de 1980. Entretanto, mesmo assim, não foi com tanta volúpia. Logo, porém, quem passou algum tempo do passado longínquo por aqui, é provável que não esqueceu certas pessoas, ou tipo populares que enriqueceram o cenário urbano do dia-a-dia a entreter a população em folguedos inocentes.

São pessoas que nunca fizeram mal a ninguém, apenas enriqueceram o folclore da cidade. Apesar de portadoras de alguma deficiência mental.

Manuel Lázaro Pereira escreveu um artigo sobre o Zeca Bumbeiro, uma figura tipicamente folclórica dos anos 1930 e 40. “Baixinho, magro, meio curvado ao andar, estava limpo de corpo e roupa, só quando, enfiado em sua farda azul, marcava com o seu bumbo compasso na banda de música da cidade. O seu tipo quando fardado, era alegria da criançada que acompanhava a banda”, diz Manuel Lázaro.

Assim, propriamente, era o Zeca Bumbeiro.

Chiquinho verdureiro foi outra figura interessante que passou por Ituverava nessas mesmas décadas: o Chiquinho Verdureiro de pouco mais de um metro e trinta centímetros de altura, magro, com calças arregaçadas até o joelho, fumava cachimbo cuja piteira tinha seguramente quarenta centímetros ou mais e dizia que a piteira do cachimbo que na realidade era um imenso canudo, era daquele tamanho, para esfriar a fumaça.

Outras figuras marcaram o dia-a-dia ituveravense ao longo dos anos. É possível, com isso, promover lembranças saudáveis.

Remontar o cenário produzido por um João Muié, figura das mais engraçadas que animou as ruas da cidade nos anos 60, é reservar Ituverava com carinho ilustrada de muita comédia. A meninada dizia: “João Muié, João Muié, toma pinga de cuié!”

À esquina, porém, a uma certa distância, parecia ser o mais elegante do mundo. A quem ele se aproximava, notava o seu paletó branco, - mesmo debaixo do intenso calor, - que estampava a umidade e o cheiro de cachaça. Ele era quieto, quase não falava.

Em qualquer bar que ele entrasse, o proprietário, na ânsia de vê-lo longe dali, prontamente lhe servia uma “branquinha”. Sem cobrar nem um tostão.

A aguardente, ao ser levada pelas suas mãos trêmulas à sua boca, obedecia ao seu desejo: escorregava, queimando a goela abaixo. Tornava-se uma verdadeira careta babada, levando mal-cheiro e umidade ao seu paletó encardido.

Aonde passava era motivo de chacota por parte da criançada. Algumas delas carregavam algum medo, ao vê-lo.

Tipo popular, ou não, a verdade, é que eles ofereciam uma admiração.

Ao longo dos anos surgiu “Machadinho”. Sempre marchando pelas ruas da cidade. Costumava dividir o espaço da rua que caminhava, com os automóveis que viessem pela frente. A preferencial tinha que ser dele. Os automotores é que esperassem, ou desviassem. Parecia desempenhar um papel no palco da vida.

Este é o perfil claro de Machadinho, não raro, provocava delírio na garotada.

Era interessante reparar as suas mãos, justapostas, o balançar em sinal constante. O vaivém lembrava a figura de um machado. Era como se vivesse alavancando uma machadada na cabeça de alguém. Era uma imagem circense.

Pouco a pouco, porém, o tempo foi passando. Embora lamentável é a insanidade dessas pessoas que, vez ou outra sugeria arriscar que fosse uma missão, ou expiação que por ordens superiores dos céus estariam condenadas por algum tempo a viverem de forma mais cômica possível.

Entretanto, ainda, em puras e singelas observações, é tudo digno de cuidados, apesar do espetáculo à parte, que ficaram guardadas na memória de muitos, no carrossel dos tempos e, graças a Deus, hoje há instituições de caridade que cuidam de pessoas com problemas mentais.

Essas imagens do cotidiano popular sempre serviram à imaginação dos grandes escritores.

Em que a rua é o grande palco da vida, um tormento para alguns, uma inspiração para outros. E, por sua vez, uma doce criatura que vendia picolés por nossas ruas. Era tão engraçada que não haveria necessidade de algum escritor fazer adaptações, caso a inspirasse como personagem.

À sua alma havia adaptado à força de sua resignação. Era a Luzia Picolezeira. Acima de seu garbo, carregava sempre um rádio de pilha, e bem grande. E com o aparelho ligado, sempre no gênero de música caipira, e tudo isto misturava com a graciez de seu tipo.

Luzia Picolezeira era uma senhora engraçada e agradável, passarelava pelas ruas na década de 80. O tempo leva todos inominavelmente. Só ficam as lembranças que o tempo faz questão de ir apagando.

Claro, tudo vai mudando: a memória, a forma de raciocínio, mas às imagens sempre ficam.

E assim: o Cebolão, outra figura típica da década de 1960. Ele usava uns óculos escuros que parecia um manto cobrindo o seu rosto.

Postava um paletó meio encardido, porém, consubstanciava uma goma arábica, tanto no jaleco, quanto na calça de linho.

Arrancava alguma gozeira de algum garoto, porém, não perdia a classe; tornou -se uma lendária figura para uma época.

Joana Baiana também costurou seus passos pelas ruas da cidade, vestindo-se sempre à caráter. Dançando e dançando, sempre pedindo algum dinheiro para tomar coca-cola. Não conseguia expressar corretamente a palavra que designava o nome do refrigerante. Era “Cota-Crola” que dizia.

Zeca Bumbeiro, Machadinho, João Muié, Luzia Picolezeira, Cebolão e Joana Baiana eram diferentes em tudo que hoje fazem falta: mas ainda temos destas pessoas engraçadas.

Às vezes, neste início de século XXI, quando estamos pela avenida Dr. Soares absorto em problemas pessoais, no silêncio dos pensamentos e tão longínquos e presos ao que temos pela frente, e de repente, deparamo-nos com um cutucão de uma senhora, acompanhada de uma clássica pergunta que já se fez ressoar em outros ouvidos de qualquer ituveravense: “Tio, me dá um real”.

Há nesta pergunta, uma dose de desespero de quem nada pode. E alguma coisa que temos de coração, é que nos faz levar a alguma reflexão: o que devemos pensar, ou fazer, neste caso. Aquela senhora já se transformou em figura do cotidiano. Não há quem a estranhe.

De quando em quando, ela some, porém, volta tão feiosa e maltrapilha, como sempre foi. Todavia, seria o estado de espírito dela, que se deixa mergulhar numa situação que parece ser de insanidade, e virou a “Tio, me dá um real” para a meninada e sempre lança um ar de folguedo, pois insistentemente diz - “Tio, me dá um real”. A quem é perguntado, quando responde: “Não tenho”, ela ainda diz: “Mas nem 50 centavos?”.

São homens e mulheres que se fizeram folclóricas, com certeza carregaram nesta vida os vícios da alma, apenas os materiais pelas circunstâncias que o destino os reservou. Mas houve uma ruptura, espiritualmente transportaram muitas barreiras, reformando a potência interior da resignação. Em figuras típicas e folclóricas removeram muitos séculos em apenas uns anos, pelo menos alguma crença assim acredita.

No entanto, muitas outras figuras curiosas percorreram as nossas ruas marcando épocas e levando uma expressão de saudade e de fixação.

Não podemos esquecer do Zé Capeta. É bem verdade que toda cidade tem o seu, mas o nosso era um bêbado amoroso, que se habituou freqüentar todos os velórios, e até dava conselhos na hora mais difícil do sepultamento do ente querido.

O Magiclick, um andarilho que costumava dormir na rodoviária, em todos os lugares que freqüentava costumava se sentar ao chão, fazendo gracejos para as crianças.

O famoso Tibita caminhou pelas ruas de Ituverava pelas décadas de 1.970 e 80 gostava de falar em tom bem alto, o que acontecia de ruim com os poderosos da cidade, principalmente dos políticos. Proclamava os prefeitos de Odorico Paraguaçu, em alusão ao seriado O Bem Amado, de Dias Gomes,

interprentado pela Rede Globo, em que o autor Paulo Gracindo representava o prefeito folclórico de uma pequena cidade da Bahia.

Osorão foi outra figura, em verdade um andarilho na década de 70, tinha muita dificuldade para sobreviver, devido ao seu aspecto sombrio, mas sempre vivendo de esmola. As pessoas tinham medo de aproximar dele porque julgavam-no leproso. Porém, o povo o ajudava.

Tio Pedro, um santo andarilho, tem um túmulo no cemitério municipal, como o mais visitado. Foi um homem muito doente que viveu nas décadas de 30 até 1970 pelas ruas empoeiradas da cidade. Segundo a tradição, seguia, com a imagem de um santo à mão, pois a sua fé, era devido à hanseníase, a lepra. Vivia da esmola e todas as pessoas viam a fé com que lutara contra sua doença.

Tem-se o túmulo mais visitado, porque de tal motivo muitas pessoas atribuíram receber graças, depois de ter feito pedidos a alma de tio Pedro.

Mas, um muito engraçado, o Apaixonado que faleceu por volta de 1.983, figura conhecidíssima dos freqüentadores de bares e botequins, morreu bem protegido na cadeia pública, um meio que acharam as autoridades de dar-lhe amparo e conforto.

Por muito tempo viveu também na Santa Casa, mas quando bebia, as freiras não conseguiam segurá-lo lá apesar de não ser violento só queria bares e botequins e cantar suas poesias de modo muito engraçado.

Outras figuras típicas de Ituverava eram os bilheteiros cegos.

- Vaca, cachorro, porco, macaco, gritava o bilheteiro, com a bengalinha na mão batendo aqui e ali, para abrir caminho.

Era a esperança da sorte para muitos.

O Dim mais outro tipo folclórico que viveu algum tempo pelas praças e logradouros, quando alguém dizia a ele:

- Dim, vou matar o seu porco. Aí, Dim caia no choro como uma criança, e ele respondia: - Não mata meu porco não.

O curioso e engraçado é que ele não tinha porco nenhum, não tinha nem casa para morar.

Houve por bem lembrar dos engraxates, aquelas crianças de 7 anos até 15 anos de idade que passavam dias e mais dias na praça X de Março, com uma caixa de madeira, onde havia graxa e um pedaço de pano, para engraxar o sapato de quem queria mantê-los limpos.

Aí senhor, vai uma engraxadinha aí dizia o menino, ou os vários meninos que trabalhavam neste serviço.

Hoje, a Constituição não permite menores de 16 anos trabalharem conforme a lei, só se admite acima de 14 anos, como aprendiz.

Diga-se ainda, engraçadíssimo era o Noca Pipoca Queimada que perambulava pelas ruas também perdido. A criançada dizia a ele, - o Noca Pipoca, ele nada respondia, mas a criançada reiterava, - o Noca Pipoca Queimada, aí o Noca virava um bicho por cima da molecada.

Para tanto, é bom lembrar do Baiano da Caixa, é outro que vivia engraçando pelas ruas da cidade.Vivia a bater, com um pedaço de pau, uma caixa de papelão, como se fosse tambor. Também, era freqüentador assíduo dos velórios onde na hora mais difícil da família enlutada pregava os seus conselhos.

Também Ituverava é uma cidade misteriosa, não se sabe se é lenda ou realidade, mas pelas bandas do Clube das Acácias, conta a tradição que um tarado por ali rondou por muito tempo, atacando mulheres e meninas. E ninguém se arriscava a se fazer por aquelas ruas depois das 8 horas da noite. E ficou a lenda: “cuidado com o Boca-Tarado”, para quem saia de casa à noite.

É mister dizer que, como toda a cidade, hoje, Ituverava tem de suas chacrinhas escondidas por aí; mas não é como no passado, quando as mulheres tornavam-se lendárias e folclóricas.

Quem não se lembra de Alicatinho, da beleza da Marta, toda perfumada; a Marlene, a famosa Marlene, campeão de todas as noites, a preferida e de mil amantes. E ainda do Cazuza, do Quim Soldador, este entrando e saindo das casas de meretrício, como se fosse o coronel da zona.

Mas as coisas não eram tão fáceis assim para a moçada. No final de semana, qual jovem em tenra idade, após filmes dos Cines Regina e Rosário não dava uma passadinha pelas empoeiradas ruas daquele bairro? E quando, de repente, por lá aparecia o velho Tonhão, o delegado Dr. Antônio Chaves Martins Fontes, que deixou suas marcas na cidade.

Costumava ele chegar lá pelas tantas da madrugada, para espantar a moçada das casas, e dizia: “Eu vou contar até dez, se alguém, depois disso, ficar por aqui vai ser preso”, avisa o Tonhão. Tonhão contava assim, ao lado do investigador Fábio de Souza: “Um, dois, três, quatro, ..., dez”, quando ele abria os olhos, não havia nem mais um moço na casa do meretrício. Zarpavam, como uma silvada bala. Saia gente até pela janela.

Esses personagens tornaram-se folclóricos e são os seus casos e nomes passados de geração em geração.

Os tipos populares, enfim sempre estiveram presentes em nossas ruas, antigamente em maior numero. Hoje, com a cidade bem maior não vemos tantos zanzando por aí. Em verdade isso é bom, é sinal que a sociedade está cuidando melhor dessas pessoas de má sorte. É sinal que a população ituveravense trilhou os caminhos da caridade ao longo dos anos, sobremodo, um caminho excelente. Entretanto, para o mundo, alguém vem com certa deficiência, mas tenho certeza de que Deus abençoa estas provas em favor de alguma coisa.

Por sua vez, outra pessoa lendária que passou por Ituverava, o ex-escravo Antônio Cordeiro, que após 100 anos de vida faleceu no Hospital Beneficente São Francisco de Assis, em 1947. Na foto da revista Comarca de Ituverava, de 1948, é mostrado fumando cachimbo, por onde afirmou ter participado da

Guerra do Paraguai (11 de novembro de 1864 até 1o de março de 1870), e ao morar em Santos, litoral paulista, garantiu ter visto o Imperador D. Pedro II.

Zé Domingos, morador do Largo do Rosário, na década de 1.960. Carpinteiro andava com a enxada nas costas, mas ficou famoso no meio da garotada, tinha o habito de mostrar o seu membro sexual bem dotado, o que causava muita brincadeira entre os meninos.

E, ele, finalmente, Nadinho príncipe soberano do reino, do Café Music. Foi coroado rei no inicio dos anos 90.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ituverava : O Prédio do bar do Zé Maria Completa 100 anos

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O Prédio do bar do Zé Maria Completo este ano 100 anos. Há inscrição do ano de 1910 na parte superior do prédio.No prédio funciona dois estabelecimentos .Ao lado vemos um ponto de “Moto – Táxi”, onde foi o açougue Dinâmico.

Um dos primeiros moradores da casa foi o Juiz Manuel Carlos F. Ferraz, depois desembargador; Ele foi o 5° Juiz de Direito da cidade entre 1916 e 1919.

Quando o prédio foi construído a Praça X de Março era o equivalente s 1/3 do total de hoje.Entenda – se da rua voluntários de Ituverava que dá entrada para a praça , do lado da calçada onde está uma das farmácias do Grupo Pharmain, finalizando na atual rua Cap.Primo Augusto Barbosa e do outro lado a Rua Conselheiro Antonio Prado.

O Atual formato da praça é de 1912 quando o então prefeito o Cap. Joaquim de Cerqueira César ampliou o logradouro para dar ao largo o aspecto Majestosos de hoje , equivalente a 1 alqueire de terra.

Na frente do prédio também já vimos (pelo menos os mais velhos) muitas modificações. Antes de ser Praça de alimentação, no lugar havia a rodoviária transferida para o largo velho em 1981.

A Prefeitura nos anos de 1930 e 40 plantou vários coqueiros entre as ruas Fabiano Alves de Freitas e Conselheiro Antonio Prado. O espaço servia também como ponto de táxi, depois transferido para o início do logradouro

Entrevistada: Maria Sala Abdalla Martins, Secretária Municipal da Educação de Ituverava.


Entrevistada: Maria Sala Abdalla Martins, Secretária Municipal da Educação de Ituverava.

Painel: O que Significa para a senhora receber o troféu Palma de Ouro da Educação e estar entre os 100 gestores da educação que se destacaram no país?

Maria Sara:

1- Foi muito gratificante e motivador receber este prêmio que não é só meu e sim de toda equipe da Secretaria Municipal da Educação, das escolas municipais, do nosso Prefeito Mario Matsubara e da primeira Dama Delfina Sanae Maeda Matsubara O prêmio foi concedido através de pesquisa no Ministério da Educação e Cultura utilizando-se como critérios os índices sobre o bom uso das verbas públicas destinadas à educação, elaboração de projetos e a administração pública das escolas municipais. Esta premiação reflete um trabalho conjunto de perseverança e esforço, é um prêmio da cidade, da educação e do nosso prefeito que desde o início de sua gestão colocou a educação como foco central.

Painel: Quantos alunos fazem parte a rede municipal de ensino?

Maria Sara:

2- Aproximadamente 6.500 alunos da Educação Infantil a 8ª série.

Painel: Esses alunos além das aulas recebem mais alguma coisa, como material, alimentação?

Maria Sala:

3- Os educandos recebem material escolar, apostilas, uniforme, livros e desfrutam de biblioteca, salas de leitura, laboratório de informática, lousa P3D, softwares pedagógicos e lhes é oferecido diariamente a merenda produzida pela cozinha piloto municipal. Os alunos que necessitam de transporte e de serviços odontológicos também são atendidos pela Secretaria da Educação e Centro Odontológico.

Painel: Pelos resultados divulgados dos exames que avaliam as escolas, alunos, vemos que as escolas particulares de modo geral estão bem á frente das escolas públicas. O que fazer para melhorar este quadro, visto que as escolas públicas é o lugar onde estudam as crianças menos favorecidas?

Maria Sala:

4- A mídia veiculou as diferenças entre escolas públicas e particulares em relação ao ENEM, ou seja, Ensino Médio que não faz parte de nossa rede municipal. Quanto ao Ensino Fundamental os resultados divulgados através das avaliações externas não demonstraram grandes diferenças. Não podemos esquecer que as escolas públicas abriram suas portas para todo tipo de clientela e a qualidade do ensino está sendo perseguida insistentemente ano após ano. Em Ituverava desde que assumi a Secretaria Municipal de Educação todas as minhas ações foram implementadas visando a melhoria do ensino, tendo como conseqüência a elevação significativa do IDEB.

Painel: Quais são os projetos para a área da educação, visto que a administração do prefeito Mário Matsubara está previsto mais dois anos e meio de mandato?

Maria Sala:

5- Dar continuidade aos projetos já implantados como manutenção e ampliação da estrutura física das escolas, laboratório de informática com monitores preparados para subsidiar alunos e professores, ampliação do acervo das bibliotecas, salas de leitura e brinquedoteca das unidades escolares, projetos de assistência ao escolar, projeto Escola em Tempo Integral, Projeto Educar para Humanizar o Trânsito, Projeto Entre na Roda, Campo Limpo, EPTV na escola, Olimpíadas de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e Astronomia, Projeto Agronegócio na Escola, Reviva o óleo... enfim viabilizar todos os projetos que têm como objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e a formação continuada dos professores.

Painel: Nesses anos que está à frente da pasta da educação qual foi o maior desafio enfrentado?

Maria Sala:

6- Não existe desafio maior ou menor. Existem muitos problemas a serem enfrentados para se atingir o sucesso na Educação tendo sempre em vista garantir o direito a todos a uma educação de qualidade que forme cidadãos conscientes de seus direitos e deveres com a sociedade.

Painel: As notícias da violência nas escolas do país assustam, vemos também que as escolas de Ituverava administram bem o aspecto da disciplina, mas para a senhora quais as medidas emergentes o país deve adotar melhorar o quadro disciplinar no país?

Maria Sara:

7- Em todas as escolas municipais de Ituverava trabalhamos insistentemente os valores visando prevenir acontecimentos desagradáveis. Acreditamos que através da educação, a criança incorporará atitudes de respeito a si mesma e ao próximo sabendo assim discernir entre o bem e o mal, entre o bom caminho e o tortuoso. A criança que tem família presente e interessada, que freqüenta escola e grupos sociais que têm valores e princípios necessários a uma vida sadia, ficará longe da violência e rejeitará qualquer atitude dessa natureza. Em 2009 realizamos uma pesquisa sobre builling nas escolas municipais e constatamos que felizmente não houve casos considerados graves, o que mostra que a violência está sendo prevenida.

Painel: A senhora tem saudades de que época, ou a atual é a melhor?

Maria Sara:

8- A saudade existe independente da época, quando se vive fatos agradáveis. Vivi bons momentos de troca de saberes e experiências com alunos, professores e pessoas que fizeram parte da minha vida. Hoje, atuando como Secretária Municipal de Educação, percebo que a riqueza de recursos tecnológicos e pedagógicos faz com que haja facilidade em desenvolver um trabalho pedagógico excelente, o que é gratificante. Também contamos com uma série de teorias e pesquisas que fundamentam a atuação de qualquer profissional possibilitando a reflexão e o crescimento de todos.

domingo, 25 de julho de 2010

Brasil vem mostrando a sua cara



www.fatosenoticias.com/.../


No mês de junho e julho deste ano de 2010 o Brasil andou mostrando a sua cara, a sua verdadeira face. Estatísticas amedrontam: 49% dos universitários das capitais consomem ou já consumniram maconha. Com o episódio do goleiro Bruno, outro número assusta: 10 mulheres por dia são mortas pelos seus amantes, namorados, ou maridos. Pelo lado da economia informal, o PIB dos crimes: contrabandos de drogas, armas, prostituição e outros somam o PIB equivalente da Argentina. É bom lembrar que o país vizinho tem uma renda per-capita 40% maior que a nossa, ou seja no Brasil é equivalente a 10 mil doláres e dos argentinos 14 mil doláres.

Mano chega a seleção com o currículo razoavél

Foto veja.abril.com.br



O ex-técnico do Corinthians, Mano Menzes aceitou dirigir a seleção brasileira depois da desistência de Muricy Ramalho, este teria que pagar uma indenização milionária ao Fluminense em caso de recisão de contrato. Mano passou por apenas dois clubes ditos grandes do futebol brasileiro: Corinthians e Grêmio Gaúcho . Conseguiu leva- los para a divisão principal do brasileirão. Enfim, Mano não é um técnico de grandes conquistas; mas é preciso lembrar que o tri-campeonato mundial de 1970 foi conquistado no México sob a direção técnica de Mário Lobo Zagalo, até então sem grandes grandes conquistas. Mano pode repetir a façanha de Zagalo. Pelo menos no quisito educação ele dá de 10 x O em Dunga, que durante a Copa da África só se mostrou com a cara azeda.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Maior lenda: Quem bebe da água do rio do Carmo, um dia volta...





O rio do Carmo e a cachoeira Salto Belo ganharam grande admiração desde os tempos da fundação da cidade, ou do arraial. Em todos os tempos tivemos poetas, escritores que descrevem essas belezas naturais da cidade. Mário Barbosa é bem possível que foi o primeiro; pois, nascera em 1902, e no final do curso de sua vida, um dia escreveu:


“Fico, ás vezes, pensando na marcha do tempo, quando as minhas reflexões regressam ao passado. A cachoeira do Carmo, no seu cascatear rotineiro, passava desapercebida ao ouvido do transeunte da cidade, alheio áquela sinfonia ininterrupta.Todas ás vezes que posso, vou vê – la , vou ouvi – la, vou senti-la.Carinhosamente delícia que é para as minhas pupilas e para o meu sentimentalismo. A mim parece que ela fala nos borrifos de sua água : Vila do Carmo! Vila do Carmo ! rio do Carmo! Voltei, pois, eu gosto de você!”.


Mário Barbosa era apaixonado pelo jornalismo, mas a cidade naquele tempo não comportava um profissional da área, e foi – se ainda jovem para São Paulo, muitos anos depois ele voltou, e escreveu esse simples poema publicado no jornal “A Cidade”.


Um dia bebeu da água do rio do Carmo, um dia foi – se embora, um dia voltou, e começou a fazer da Lenda uma verdade: ”Quem bebe da água do Rio do Carmo um dia volta”. E Mário voltou para Ituverava.


Em outro poema datado de 1945 , publicado no rascunho do livro Moacir França, Os Patronos de rua, - que só eu tenho o privilégio de possuí – lo, - a escritora Adriana de Freitas faz outra exaltação ao rio do Carmo e também á cachoeira Salto Belo.


“O rio do Carmo vai destemido, procurar outras terras e outras ilusões, a beleza da cascata branca que domina a paisagem e longe se avista... Salto Belo! Ituverava! A famosa cabocla do sertão paulista! Como o rio do Carmo, fui para outras terras atrás de ilusões. Hoje, voltei, para matar as saudades “, escreveu Adriana.


O professor Manuel Lázaro Pereira também foi – se daqui, ainda jovem. Foi para a paulicéia desvairada. Um dia retornou já homem maduro e escreveu em 1973.


“Salto Brilhante, Ituverava, és o teu nome... És vida, eterna vida, do povo que saúda hoje emocionado. Hoje, sou eu que te saúdo.Ontem gerações te saudaram no curso de tuas águas... Amanhã, á luz de tuas aurora, outros te saudarão o porvir com a vida, que é eterna, porque é a Cidade nas gerações que há de eternizar. És a um tempo saudade e presença, ponto de atração de sublimação do ituveravense ausente que jamais te esquece, És o imã do amor, o liame entre o presente e o passado.Tudo se transforma, tu não; será sempre Salto Brilhante , Ituverava , a eterna”.


Das coisas que haveriam de vir, e, se não fosse a saudade do ituveravense ausente, o nosso poeta e compositor Vitor Martins eternizado na Praça x De Março, ao lado de seu interprete maior, Ivan Lins, não escreveria a letra da musica “Minha Ituverava “, em 1977 , por onde as águas de suas infância são lembradas , e cantada no Brasil todo e, também em muitos países:


“Minha Ituverava


Sou o mesmo rapaz


Bebi da Cachoeira


Tenho sede e quero mais.


Minha Ituverava”.


A lenda das águas do rio do Carmo parece tornar realidade num poema do poeta Valdemar Rosa da Silva. Ele que morou bem próximo á cachoeira Salto Belo, numa casinha simples. Já homem, mudou – se para São Paulo, onde morou na Vila Carrão, e em 1997 publicou um livrinho, Fênix, e no poema “Voltei”, está a sua exaltação pelo rio e à cachoeira:


“Minha velha cidade de antigamente


há quase meio século te abandonei


como a minha alma ficou contente


quando disse : - Ituverava , eu voltei!


Fizeram de tudo pra não mais te ver


Nem Cantar tuas belezas que amo tanto,


Nem ouvir a cascata brilhante, dizer


Um avioso, sublime e doce acalanto”.


O poema diz tudo e confirma que a lenda “Quem bebe da água do rio do Carmo, um dia volta”, é dotada de uma magia indescritível. E o que seria a definição de uma lenda? Dizem os sábios: ”A verdade disfarçada”.É tão verdadeira que Ituverava teve o privilégio de ter um rio exclusivo para ela.Talvez, o único município com um rio exclusivo, o único serpenteado pelas mesmas águas.



Nel Manuel