segunda-feira, 5 de novembro de 2012


    Gama Terra terá pela frente o desafio de gerenciar pessoas e interesses particulares.



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                Lembro-me que em meados de 2002 ao chegar ao bar do Lima onde hoje é a Fornalha, Gama Terra “Sossego”estava reunido com amigos e todos  homens bem sucedidos da sociedade. O assunto era a sua possível candidatura a prefeito na eleição de 2004.
                Em seguida pintou mais de 200 muros da cidade com a propaganda de sua empresa: “Gama Terra Empreendimento e Participações”. O intuito era tornar-se já conhecido através de sua empresa.
                 Mais um passo foi dado. Ele encomendou uma pesquisa para saber do retorno da propaganda. Eu mesmo fui entrevistado próximo à antiga padaria do Abud. O resultado não foi divulgado por ter um caráter sigiloso.
                 E todas às  vezes que tive uma oportunidade de conversar sobre o assunto, isto até 2003, porque de lá para cá nunca mais conversei com o prefeito eleito, sempre me dizia que se fosse algum dia eleito,  ele traria para a prefeitura de Ituverava um verdadeiro profissional de fora para ocupar o cargo mais importante. Numa prefeitura qual seria o cargo mais importante? O chefe de gabinete? O Secretário de Finanças? Lembro que ele completou o seu pensamento. “Mesmo que seja à revelia de muitos”.
                 Eis o desafio. Sossego teve ao seu lado 11( onze) partidos e 85 candidatos. Todo esse conjunto de 85% dos postulantes ao cargo de vereadores e 92% dos partidos, uma ampla e esmagadora maioria ao seu lado não foi tramado e nem construído por ele. Quando ele anunciou a sua candidatura essa rede de partidos e candidatos já havia sido esboçado um ano antes.
                 Era sabido de todos os interessados pela política que as pesquisas de intenções de votos a prefeito divulgadas no meio político davam uma esmagadora maioria para Lúcio Adalberto. Em caso de uma eleição de muitos  candidatos o possível resultado do pleito de 2012 estaria garantido para o ex-prefeito.
                Ainda nem se cogitava a candidatura de Sossego, os líderes dos partidos tramaram e executaram o primeiro plano. Esvaziaram o PSDB. O objetivo era esvaziar o PSDB de Lúcio Adalberto. Taís, Alfredinho e outros filiados “bons de votos” foram para outros partidos principalmente o PTB. Para se ter uma idéia, a soma de votos dos vereadores eleitos como Taís, Alfredinho e o Dr. Antônio Sérgio que estiveram filiados e coligados ao PSDB em 2004, obtiveram quase 2000 votos este ano, o suficiente para mudar os rumos dos resultados da eleição deste ano. Vejam a importância dessas articulações consumadas há mais de um ano. Por isso é louvável o pensamento de que eleição é construída com articulações.
                O objetivo inicial era lançar Busa para prefeito. Propalava-se que era a idéia de Matsubara. Esse ideal orbitou no meio político por muito tempo; Lúcio incomadava, também Alcidão era outro forte nome para a disputa. Lúcio e Alcidão tentaram formar uma frente de candidaturas, foi aí que os revezes começaram. Alcidão parceiro do Lúcio contra o “outro lado” com quase uma centena de candidatos a vereadores, mas ninguém com a popularidade de Lúcio e Alcidão juntos.
                Num toque de mágica, Alcidão sem ter as ações do partido em seu comando, viu o seu tapete puxado de uma hora para outra, ficou sem condições de se lançar ao cargo máximo. Lúcio corria por fora como candidato. Ficou aquele zum... zum... de que poderia ser ou não candidato. O cartório eleitoral informava aos interessados de que não havia nada contra o ex-prefeito. Lançada a candidatura surge um antigo processo, o único não resolvido, tem a candidatura impugnada. Poderia reverter o caso, mas poderia prejudicar o PSDB no futuro. Desiste de vez...
                 Nesse ínterim já havia ocorrido quase um ano dessa discussão. Um bloco de políticos que aglutinaram 90% dos partidos contra o PSDB, mas sem nome para concorrer com os tucanos. Surge na última semana o nome de Gama Terra “Sossego”. Em cena, Sossego desponta no intermeio da impugnação de Lúcio, ainda sem o nome Adriana. Um possível sonho de ver Alcidão e Lúcio fora materializado; porém a figura de Adriana surge como salvação dos tucanos.  
                 Eis o que o prefeito eleito encontra: um cenário pronto, esboçado, pintado e moldado não por ele, mas por líderes políticos de todos os onze partidos contrários ao continuísmo do PSDB.
                 Sossego se apresentou aos eleitores através de um panfleto, como um homem dotado de uma riqueza sólida. Tem como testemunha uma cidade inteira que a sua campanha foi dotada de recursos financeiros consideráveis. 
                  Mesmo que seja o único a canalizar a ampla maioria de  recursos para a campanha. Não poderá desconsiderar os onze lideres partidários e importantes candidatos alavancadores de votos que orbitraram ao seu lado.
                  Sossego entrou com os recursos financeiros, mas encontrou um campo limpo, de um adversário com um só partido (PSDB) e de um palanque formado por apenas 12 candidatos.
                   Se o prefeito-empresário levar o projeto que confessou objetivar há dez anos, de contratar um profissional de fora para o cargo mais importante já estará contrariando a muitos. Afinal, as articulações projetaram uma eleição de candidato único; pois com onze partidos unidos para a eleição deste ano, foram grandes as chances de ter ocorrido essa intenção. Pois, Alcidão e Lúcio foram impedidos de se candidatarem, e por essa via muitos cantaram essa possibidade. Quase Gama Terra ganhou a prefeitura de presente. A candidatura de Adriana foi a única alternativa. Se não fosse ela candidata, não teríamos outro. Foi uma candidatura de coragem, candidatura de teve no máximo 30 amigos que colaboraram no que foi necessário e possível.
                   É preciso enaltecer a coragem de Adriana. Ela entrou numa briga de um contra 100. E foram necessários até o último dia para derrotá-la. Foram setenta dias de uma campanha de muitos gastos como ficou notório e público. Pelo site do Tribunal Regional Eleitoral verificou-se que entre julho e agosto foram oito pesquisas registradas por parte dos aliados do candidato 22, fora as duas últimas que saíram publicadas num jornal do município. Cada pesquisa custa média R$ 10 mil. Foram R$ 100 mil gastos só com pesquisas, e se Gama Terra estivesse á frente desde o início, seria publicada num dos jornais, porque havia interesse para tal.    
                   As pesquisas, no entanto, tornaram o grande aliado do candidato 22. As pesquisas de metodologia científica exploram os dados pessoais do entrevistado como salário, religião, grau de escolaridade, engloba até mesmo o nome, endereço e telefone. Esses dados permitiram a cúpula partidária formar um verdadeiro banco de dados, onde foi possível obter informações importantes de milhares de residências. Cada pesquisa envolve 400 ou mais entrevistados, dez pesquisas somam mais de 4000 residências numa cidade de treze mil casas. Essas informações foram importantes para os últimos dias de campanha. Em verdade, foram decisivas.   
                   E toda essa movimentação levou a vitória de Gama Terra, e o desafio maior não será administrar Ituverava e fazer obras necessárias, creio que ele o fará porque é empresário, tocador de obras e de negócios. .
                    O maior desafio de sua administração, ao meu ver, é atender a todos que ajudaram em sua campanha. E olhe que é muita gente! É gente que começou  a trabalhar há mais de um ano. São os lobistas que puxaram os candidatos do PSDB, a turma que ajudou a desarticular o Alcidão, a turma que ajudou a tornar a candidatura de Lúcio Adalberto impugnada, a turma dos amigos próximos, a turma dos articuladores, a turma que deu o “sangue” na campanha, a turma que cedeu as casas para os “pés de toco”, a turma dos lideres partidários, a turma dos médicos que saíram nas fotos da campanha. A turma dos empresários e profissionais liberais que orbitraram na campanha.  È muito time para atender...
                    A cada pessoa não atendida é uma insatisfação. É uma revolta. È lembrar que o prefeito eleito chegou para a campanha com o campo aberto. É lembrar que com pessoas não há especulação, e sim cobrança. São muitas famílias que orbitraram ao seu redor em troca de emprego, principalmente emprego. Até mesmo médicos que posaram em foto ao lado do Sossego, porque tem filhos que precisam de emprego. Tudo vai girar em torno do emprego e cargos.
                   Mas, boa sorte Sossego.                                 




segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Cine Regina coincidiu com o “Cinema Novo” 





 As coisas chegam, ficam e desaparecem. E esse tempo que permanece entre nós é cheio de significados. E essas relações de significância precisam ser estudadas. E uma dessas coisas é o Cine Regina que foi construído em 1957, na Praça X de Março onde funcionaram as suas atividades cinematográficas até 1982, no mesmo local onde hoje está a Igreja Universal.
   O Cine Regina é bem provável que foi o quinto cinema Ituveravense (Odeon,Éden,Santa Cecília. Rosário/ Bristol )e , temos o sexto que é atual em funcionamento : O Cine Teatro Ituverava que exibe fitas desde 1999.
       O Curioso da inauguração do Cine Regina em 1957 é que coincidi com a chegada do Cinema Novo, denominação dada pelos historiadores a produção dos filmes brasileiros. O Período em que o país passa a produzir filmes em escola industrial, após o fechamento da antiga produtora Vera Cruz. É o período do início da migração do povo da zona rural para a zona urbana.
      O primeiro filme dessa nova fase é o famoso “Rio, 40 graus”, do Cineastra Nelson Pereira dos Santos que de acordo com os críticos “é uma mistura de drama, comédia, melodrama e chanchada , com interpolações  musicais, contando várias estórias intercaladas uma das outras, e tendo com ponto de referência os meninos miseráveis que descem dos morros do Rio para o centro da cidade, para vender amendoim torrado”.Um outro filme famoso “Terra em Transe”  com o ator Paulo Autram, do cineastra Glauber Rocha..
      Ituverava já possuía o Cine Rosário desde 1928 com capacidade para 900 poltronas, o Cine Regina em 1957 chegava com 700 poltronas. É inacreditável ! “Ituverava” uma pequena cidade com menos de 15 mil habitantes na época, possuía 1.600 lugares de assento em salas cinematográficas, que no final de semana se transformava em 3.200 lugares, ou até 5.200 lugares com a matineê de domingo à tarde.
        Ituverava já estava inserida no mundo. O cinema surgiu bem antes da televisão e nos anos de 1950, com a migração inicial do homem do campo para cidade, com a industrialização crescente e a necessidade do conhecimento, o cinema transformou – se num veículo importante de cultura que visava à transformação. A televisão já existia. Era cara e poucos a possuíam, e o cinema produzia a arte para as massas.
       Os Ituveravenses viveram as transformações da sétima arte pelos Cines Regina e Rosário. A literatura brasileira reproduzida para a tela, como “Vidas Secas” de Graciliano Ramos por Nelson Pereira dos Santos; “Ganga Zumba, A Grande Cidade” de Anselmo Duarte, “A Hora e a Vez de Augusto Matraca”, baseado em Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barrteto.
       O ator Armício Mazzaropi, intérprete de um dos personagens mais famosos do cinema brasileiro, o Jeca Tatu, este criação do genial Monteiro Lobato. completaria 100 anos de vida este mês. Também esteve nas telas dos cines ituveravenses até a década de 1980. Mazzaropi tratava com genialidade a vida do caipira nas grandes cidades.
      Os filmes internacionais :Bem Hur, de Charston Heston;Hamlet, de Lourence Olivier. Vieram outras fases a partir de 1970. Fitas bem comerciais: Os filmes de Kung Fu com o famoso Bruce Lee. As fitas dos Cawbóis norteamericanos. Os Clássicos, como  “Noviça Rebelde”, filme musical e vencedor de cinco Oscar’s, com Júlia Andrews “Romeu e Julieta de Sheakespeare. A fabulosa , fantástica e exótica aventura de James Bond, com Roger Moore .As fases dos filmes pornanchanchadas com Sandra Brea, Rose de Primo, Helena Ramos ,e um brasileiro famoso “Independência ou Morte” com Tarciso Meira.
       O fascinante “Memórias do Cárcere” de Graciliano Ramos levado para as telas em 1982, um dos últimos filmes a passar em Ituverava, na época dos cines Regina e Rosário .
      Uma época longe da televisão por assinatura, da internet e com o glamour da platéia da fila para comprar ingressos, dos temas músicas orquestrados da espera do filme. E, vejam que o cinema produz um capítulo importante para a história de uma cidade.

            Ituverava de Outrora: Os Palacetes




           
           Ituverava é uma cidade antiga, logo estaremos com 200 anos de existência. Em breve seremos uma cidade bi – centenária. Os historiadores tradicionais da cidade em publicações antigas, como da Revista da Comarca de Ituverava dirigida pelo fundador de O Jornal “A cidade”, Humberto França – pai do historiador e patrono de uma Escola da Cidade, Moacir França; e bisavô do medalhista Olímpico Gustavo Borges, publicou na década de 1940 belas fotos envelhecidas pelo tempo.
         Entre essas publicações estão os belos palacetes da época originados pelas riquezas das culturas do café, do algodão, e do arroz.
        Nesta edição publicamos as fotos da casa do Dr.Mário Vasconcelos, médico que faleceu em 2003. A Residência, de então, privilegia as janelas compridas e um belo arco na fachada da entrada.
      O outro palacete é do advogado Dr.Cláudio Guimarães César. Um belo sobrado numa das esquinas da Praça X de Março. Pela foto, vemos nove janelas, uma sacada no andar superior, duas colunas laterais, dois semi-arcos no alpendre.
     Hoje, devido á violência urbana as casas são dotadas de muros altos, bonitos, decorados com paisagem de jardim, mas perde o glamour das características arquitetônicas das casas, que ora ficam escondidas.
     

                            Série: Os Cinemas de Ituverava
              Cine Teatro Santa Cecília da era do cinema “mudo”




    
       Nas duas últimas edições escrevemos sobre a sétima arte em Ituverava. Na edição de abril destacamos a manchete “O Cine Regina coincidiu com o “Cinema Novo”, e na edição de maio : “O Cine Rosário, da época da Atlântida à Vera Cruz”.O Cine Regina funcionou entre 1957 a 82, o Cine Rosário de 1938 a 82, e bem antes o Cine Teatro Santa Cecília iniciou as atividades em 1926 até encerrar por volta de 1945, no mesmo local onde, hoje está a sede da Associação Atlética Ituveravense.
      Os cines Rosário e o Regina tivemos a oportunidade de conhecê – los. Já o Cine Teatro Santa Cecília construído pelo Cônego Vito Fabiani, depois propriedade de Dionizio da Fonseca, é uma data muito longínqua, assim, é mister aproveitar a crônica do Dr.Gibrahyl Miguel, médico Ituveravense que exerceu a profissão em Anápolis – Go , publicada no jornal A Tribuna de Ituverava na seção Memória Viva Idealizada pelo historiador Moacir França.
     “O Cine Santa Cecília, propriedade do Dionízio da Fonseca é parte preponderante da história de Ituverava, digna de ser mencionada. No tempo do cinema mudo, antes e durante a exibição, um conjunto musical animava e alegrava os freqüentadores, tocando as mais belas valsas da época, como “Mimi”; ”Retalhos d’alma” ,”Branca”,”Eu sonhei que tu estavas tão linda”, e tantas outras”.
     Dr.Gibrayl não menciona em seu texto, mas lemos nos Livros de Moacir França que uma das bandas que tocava no Santa Cecília era a orquestra Jazz Band dirigida pelo maestro Clínio Júlio Dépiro.
   E, continua a crônica de Gibrayl
   “Havia um intervalo durante a exibição para que o proprietário faturasse um pouco mais. Era vendido bolos, doces e sucos.
    O Santa Cecília tinha contrato exclusivo com a distribuidora Metro, companhia responsável pelos mais lindos filmes já exibidos em todas as épocas, o problema de então, é que as fitas arrebentavam paralisando as exibições e muitas vaias aconteciam, como também a platéia cobrava mais diversidades de músicas  das orquestras, durante a exibição dos filmes, se houvesse muita repetição, a vaia era sonora, portanto as orquestras tinham que ir bem ensaiadas e com repertório para duas horas “
 Mais uma vez interrompemos as citações de Gibrayl para fazermos menções da passagem do cinema mudo para o cinema sonoro. Trazer o som para á “Sétima Arte” foi um sonho antigo, que vem desde os tempos dos irmãos Lumiére, os inventores da arte cinematográfica em França.
    O cinema é filha direta da fotografia. Se entre 1890 e 1896, mais precisamente em 1885 os irmãos Lumiére resolveram de vez as questões das projeções, no entanto, um pouco antes o astrônomo francês Hervé Faye propôs o cromofotografia, ou seja, a fixação fotográfica de várias fases de um movimento e as experiências foram  se sucedendo até chegar ao cinema em movimento , daí em seguida o desejo em obter o filme sonoro.
   Charles Chaplin, símbolo do cinema mudo, foi um dos mais ferrenhos inimigos da palavra na tela de projeção, concomitantemente á sua carreira, viu surgir o cinema sonoro, isto, em 1910. Neste ano valeram às primeiras experiências práticas do som, até que em 1917 pelos norte – americanos Theodore Case e Sponable permitiu-se a amplificação do som. O problema maior foi o atraso tecnológico dos países, incluindo o Brasil, que não tinha aparelhos e técnicas para assimilar o som na tela. Foi á época em que Hollywood expandiu e impôs a sua produção. (1)
   O filme sonoro foi chegando aos poucos no Brasil e a Ituverava, Gibrayl elenca os filmes de sucesso na tela do  Santa Cecília “Nós e o Destino”, “A Esquina do Pecado”, ambas com a dupla romântica – John Bales e Irene Dune; “O Condenado” com Ronald Coliman “Expressa de Berlim, com Clive Brook e Marlene Detrick A Redimida com Freederck Mark”
    Vemos que a arte do cinema relaciona muita coisa com o mundo, desde a própria tela de projeção, do prédio até as mais curiosas histórias do mundo.

(1) Delta Larrouse

        O Cine Rosário, da época da Atlântida á Vera Cruz.




         
                      
                           
  O Cine Rosário foi construído por três irmãos libaneses: Jorge, Michel e Dib. Embora originados de um país do Oriente Médio, tinham um sobrenome bem brasileiro: Nunes .Eram os irmãos Nunes, que também foram os fundadores da rádio Cultura.
  Em 1938 foi inaugurado o Cine Rosário, onde hoje está a loja “A Calcevest” na Av.Dr.Soares de Oliveira, próximo à esquina do pecado ou coração da cidade.
  Jorge Nunes, um dos fundadores, escreveu no jornal A Tribuna de Ituverava em meados de 1978, relembrando os tempos de então, 40 anos atrás.
    “Em Janeiro de 1938 inauguramos o Cine Rosário, nome este em homenagem ao Largo Rosário onde foi fundada a cidade, com o filme “O General Morreu ao Amanhecer”, com Gary Cooper. Com os melhores aparelhamentos, poltronas especiais e prédio bem moderno, constituiu-se em o melhor cinema no interior das cidades da categoria de Ituverava. A avenida ainda não tinha asfalto e nem calçamento, e todas as tardes irrigávamos a avenida para diminuir um pouco a poeira, mas mesmo assim toda vez que passava um carro (muito raro) a rapaziada do footing tinha que parar de andar até a poeira desaparecer, e apesar destes inconvenientes, tudo era divertido e sadio”.
  Imagine! Se o Sr.Jorge Nunes, hoje, falecido, pudesse retornar á vida, veria uma avenida asfaltada, iluminada e moderna, com inúmeros carros e motos passando de um lado para outro; porém uma cidade sem cinema.
  Por outro lado, a produção de filmes no Brasil na década de 1930 se arrastava. No Rio de Janeiro o empresário Ademar Gonzaga lançou a revista Cinearte para dar apoio á sétima arte e nasceu o Cinédia, e veio a primeira produção, “Lábios sem Beijos” (1930).
  De uma revista surgiu o primeiro passo. Do período da Cinédia, na década de 1930, o país produziu 80 filmes de longa metragem. Na década seguinte por volta de 100 filmes. Hoje, o Brasil produz bem mais de 100 longas por ano.
   Em 1942 surgiu a Companhia Atlântida, com o objetivo de produzir filmes “cuja fita de estréia “Moleque Tião”, fez do artista  Grande Otelo um nome nacional “(1) Lembramos de Grande Otelo da escolinha do professor Raimundo do recém – falecido Chico Anísio da Rede Globo de Televisão.
  Com a Companhia Atlântida apareceria a Chanchada “que pela primeira vez transformou o filme brasileiro em produto comercial rentável. Ficou, entretanto, a semente do gênero comédia popular brasileira” (2).
   Na década de 1950 surgiu a Companhia Vera Cruz. Vem acompanhando o surto industrial de São Paulo. A Vera Cruz não teve muito fôlego financeiro; porém deu-nos as notáveis longas metragens “O Cangaceiro” e “Sinha Moça”. Neste pequeno período surgiram bons estúdios, visão de uma nova administração. Os tipos, os hábitos, e a maneira de falar dos rincões do Brasil e a produção de quase 300 filmes longas em quase uma década.
    Veja caro leitor! O paralelo que existe entre um veículo cultural numa cidade, como um cinema, na época o Cine Rosário, que com certeza naquelas décadas longínquas exibiu os grandes filmes produzidos no país que ajudaram na integração nacional.
  “Ganga Bruto”, “Caiçara”, o famoso “O Pagador de Promessas de Anselmo Duarte, Palma de Ouro em Cannes em 1962,” “O Assalto ao Trem Pagador” “Os Fuzis” de Nelson Xavier”, “Todas as Mulheres do Mundo” (3).Estes filmes já integrantes da era do “Cinema Novo” que já fizemos comentários na edição anterior , quando já referimos ao Cine Regina (1957-1982).
   O Cine Rosário já no final da década de 1970 mudou de nome: Passou a se chamar Cine Bristol. Integrou a mesma companhia distribuidora do famoso cinema de Ribeirão Preto, que teve uma sala com o mesmo nome.
   Da nossa geração, o Cine Rosário era considerado uma sala fora do padrão. A tela não passava de 80 polegadas; mas a projeção era excelente e com capacidade para 900 poltronas. Durou 43 anos(1938/82) quase o dobro de duração do Cine Regina, e um dos últimos filmes ali projetados: Gandi”, o grande líder religioso  e político da Índia, que conseguiu a independência ante ao domínio dos ingleses sem derramar uma gota de sangue.
   Enfim, o Cine Rosário foi um prédio de construção ousada. Havia as poltronas da platéia do andar inferior e também do andar superior. Existiu na base da tela um bom palco. Foi usado para shows dos principais cantores nacionais dos anos 1940 e 50 , como Francisco Alves, Silvio Caldas, Emilinha Borba, Nelson Gonçalves, além de apresentações de músicos da cidade, que aconteceram nos anos de 1960.

·        (1) (2) (3) O Cinema brasileiro, de Alex Viany

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Em 2000 o Corinthians jogou em Ituverava 




                         O time juniores do Corinthians jogou em Ituverava no ano 2000 contra o time da Associação Atlética Ituveravense,comandado pelo técnico Da Pinta .O estádio da AAI ficou lotada. Cris jogador do Corinthians jogou naquele dia e depois transformou -se num dos principais jogadores do elenco Corinthiano.
                                     Todos os Carnavais de Ituverava


                   

   A festa carnavalesca da Roma dos Césares com suas apologias ao deus do vinho: Baco!... era comemorado em 25 de dezembro , natal, até 06 de janeiro, dia de reis. Ao chegar ao Brasil, já obedecia ao calendário atual,ou seja,a Igreja Católica passou a marcar os festejos sete domingos antes da Páscoa , dia em que comemoramos a ressurreição de Jesus Cristo.
   No início da nossa colonização, o Carnaval era comemorado com batalhas de ovos e líquidos em geral .Mais tarde, passou a ser usado como forma de ciladas aos políticos , pelo uso da fantasia, daí surgiram o Pierrô e a Colombina , que são sedutoras fantasias introduzidas no Brasil pela corte de Portugal. Da Espanha vieram confetes e as serpentes.
   No final da campanha abolicionista, os negros começaram a participar do carnaval, executando seus rituais, principalmente dedicados á nossa Senhora do Rosário, originando o cordão, que são rodas dos foliões puxados pelos instrumentos de percussão: tambor, e tamborim, reco – reco e cuíca.
   Os negros acreditavam no poder sobrenatural das flores, plantas e animais. Portanto, davam nomes aos cordões, baseado na flora e fauna africana, lembrando a coroação dos reis africanos.
  A partir dos cordões surgiram os ranchos já incorporados pelos foliões, também os cavaquinhos, flautas e clarinetes, surgindo aí o porta – estandarte e o samba – enredo. A capoeira já emprestava seus passos aos sambistas.
   Ainda no início do século XX surgiu o lança – perfume, em substituição ao limão de cheiro, que mais tarde passou a ser considerado tóxico e foi proibido em 1965 pelo então da Presidente da República Marechal Castelo Branco.
   Do início daquele século para cá surgiram vários compositores: Pixinguinha, Lamartine Babo, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Ari Barroso, Ismael Silva, Carlos Cachaça, Cartola, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e outros.
   Aqui em Ituverava, antes de 1940, os festejos atingiram proporções formidáveis e a cidade toda, de ponta a ponta, era invadida por alegres carnavalescos. O povo enchia literalmente a Praça X de Março, que transbordava, e a Avenida General Glicério (atual Dr. Soares), durante o dia e á noite recebia os festejos. Cordões e blocos ficaram famosos por aqui, na década de 1930: Antártica, Tirolezas, Bolhas de Sabão, Bambas.O antigo Teatro Santa Cecília, demolido em 1946 serviu de palco da elite carnavalescas dos anos de 1920/30 e 40
   O carnaval brasileiro não ficou somente no ribombar dos tambores. Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu... Assim diz a letra de Caetano Veloso, numa alusão ao primeiro trio – elétrico baiano, de Armandinho, Dodô e Osmar, que surgiu no final da década de 1950.
  Já na nossa Ituverava, o primeiro trio – elétrico foi organizado e apresentado por Renato Chaibub, o Tim, e ficou conhecido como “Tim – Elétrico”. Com muito sucesso se apresentou de 1982 até o final daquela década, dividindo as apresentações de rua, com os passistas da Escola de Samba Princesa Isabel.
  Entrando nas décadas de 1960/70, havia o famoso bloco Maria Geriza, por onde os rapazes travestidos de mulheres davam suas graças á avenida; enquanto os salões da Princesa Isabel, Liga Operária e Associação Atlética Ituveravense (AAI) dividiam a preferência dos foliões.
  “Acorda Maria Bonita” e a “Estrela Dalva” era as letras que transmitiam a beleza e a ingenuidade que combinavam com as decorações simples da AAI. Apenas algumas figuras de Pierrô e Colombina, Arlequim e Palhaços eram colocados nas paredes do clube, combinando com as serpentinas entrelaçadas pelo salão.Na época , a banda de todos os anos, “A Furiosa”,de Nelson Cordaro, este animou muitos anos os bailes do clube mais tradicional da cidade.
  “A Estrela Dalva”, ”Ui... Ui... Roubaram à mulher do Rui”, “Meu Coração é Corinthiano”, ”Roubaram minha cueca para fazer pano de prato”, ”Menina você é um doce de coco”, ”Desfolhei a Margarida” eram as preferidas e os foliões dançavam em forma de liquidificador, em infindáveis voltas ao redor do salão.
   Em 1977/78 o então prefeito José Aureliano Coimbra organizou um desfile de escolas de samba com oito agremiações, dando prêmios aos primeiros colocados.
   Em 1979 o salão da AAI estava lotado, ocasião em que houve uma briga generalizada quando o Delegado Dr.Antônio, o Tonhão, deu ordens para terminar mais cedo o Carnaval. Para evitar problemas se repetisse em 1980 o salão foi ampliado, configurando – se com as dimensões de hoje.
   A partir dos anos 80 os ritmos baianos e os pernambucanos tomaram conta: Caetano Veloso, Morais Moreira, Alceu Valença, Gal Costa e Gilberto Gil. Em 1981, a música “Lança-Perfume” de Rita Lee fez muito sucesso, entretanto, trouxe de volta o famoso “Cheirinho de Loló”, versão nova do limão de cheiro.
  Em 1984 sambódromo do Rio de Janeiro foi inaugurado, os blocos do Nordeste profissionalizaram – se, com isso o carnaval tomou um novo impulso de cores.
  Em 1991, a AAI inaugurou um estilo novo de decoração, cujo salão recebeu nova decoração, abrangendo rodas as cores. O primeiro tema foi em apologia á “Guerra do Golfo Pérsico”, com figuras hostilizando o atual presidente do Iraque, Sadan Hussein, que entrou em guerra com os Estados Unidos.
  O segundo ano de decoração as Olimpíadas de Barcelona, onde o nadador e campeão ituveravense ganhou sua primeira medalha olímpica. Esse estilo de decoração se manteve até 1997.
  No primeiro ano de seu segundo mandato, o prefeito Lúcio Adalberto Lima Machado inaugurou o carnaval de rua para milhares de foliões, em palco gigante, para uma área de três mil metros quadrados, na av.Orestes Quércia. Foram quatro anos consecutivos, chegando noites com 10 mil foliões. Neste período,o salão da AAI praticamente inexistiu ,porque o público não arredou o pé daquela via, que atraiu gente de toda a região. Esses carnavais foram até o ano 2000.
    Nos cinco primeiros anos do século XXI o carnaval voltou para o salão da AAI, sendo que em 2002/3 o salão recebeu três mil pessoas por noite 
  Na Era da administração Mário Matsubara um carnaval foi realizado no Recinto da Festa do Peão, isso em 2006; mas depois passou a ser realizado na Praça da Alimentação.


   História da Música: O último baile do século XX (PAG8)

  O último baile do século XX foi realizado no salão da Associação Atlética Ituveravense (A.A. I).Foi um baile beneficente com renda destinada  a algumas entidades filantrópicas   da cidade , e aconteceu por volta do dia 20 de dezembro de 2000.
   Os músicos, jovens dos anos de 1960 e 70 que formaram as bandas “The Red Caps” (1972/1978) e os Siderais (1968-75 )e um integrante da banda Comitatus, se reuniram para fazer show beneficente.
 Da esquerda para a Direita: Serginho (Turismo), Eugênio Cordaro, até hoje integrante da banda Comitatus;o gráfico Luis; O médico Osmar,, Bill ( do restaurante Villa) , e o engenheiro Moacir.


               História das grandes alegrias publicas de Ituverava


Luzia Marlene Coelho                                                                 Gustavo Borges


     Uma das festas inesquecíveis já conta 60 anos. Isso data de 8 de outubro de 1952, quando o  então governador do Estado,Prof.Lucas Nogueira Garcez veio a Ituverava especialmente para inaugurar a Santa Casa e o Posto de Puericultura. Foi um dia de muita alegria para a cidade. Um trabalho de quase dez anos que contou com a liderança do Padre João Rulli e do médico José Aníbal Soares de Oliveira.
    O futebol também nos deu alegrias. Nas décadas de 1960, por volta de 1967, a AAI conquistou o título da Segunda Divisão de futebol profissional do campeonato paulista ao vencer na final por 2x 1 o Internacional de Limeira, no campo do adversário.
   Alguns anos mais tarde, em dia 5 de junho de 1971, Luzia Marlene Coelho sagrou – se Miss Turismo do Estado de São Paulo.O evento  na época, foi transmitido pela antiga Rede Tupi de televisão. A vencedora  disputaria o título de miss Brasil. Quando o apresentador Walter Forster citou o nome de Luzia Marlene e  o terceiro lugar conquistado pela miss ituveravense,  tornando – se a Miss Turismo do Estado, a cidade rejubilou- se em festas , como se fosse uma vitória do Brasil em Copa do Mundo. Dois dias após a conquista, ela chegava de São Paulo e, foi calorosamente recebida no trevo da cidade. O desejo do povo ituveravense foi atendido e Luzia Marlene desfilou em passarela construída sobre carretas de caminhão na Av.Dr.Soaras de Oliveira.
     A década de 1960, no geral, foi de grandes acontecimentos para a cidade. Numa noite estrelada de agosto de 1969, Ituverava enfrentou Olímpia no programa Cidade x Cidade, da TV Tupi, apresentado por Sílvio Santos, proprietário da atual SBT. Ao findar do programa, a cidade se viu em festa com a vitória. Toda a população se concentrou na Praça X de Março naquela saudosa noite de quinta – feira .
    Ainda na década de 1960, de 1968 a 1974, durante as administrações dos prefeitos Orlando Seixas Rego e Arquibaldo Coimbra a cidade ganhou a famosa Fapici (Feira Agropecuária Industrial e Comércio de Ituverava). Com essa festa, a cidade foi destaque no jornal “O Estado de S.Paulo”. Pela primeira vez o povo concentrou – se num só local por vários dias, onde, hoje é o bairro Parque do Trevo. E o evento sempre acontecia por volta do dia 10 de março, aniversário da cidade. A Fapici acabou. Só voltou em 1979, com o prefeito Dr.José Aureliano Coimbra. Era uma festa que mostrava toda a riqueza de Ituverava.
    Em 1985, durante nove dias de março, a cidade comemorou o 1° Centenário de Emancipação Política na primeira gestão do prefeito Lúcio Adalberto Lima Machado. A cidade ficou bastante movimentada.Uma grande festa foi realizada coma presença do então futuro governador paulista Orestes Quércia. No mesmo ano as comemorações pela padroeira Nossa Senhora do Carmo duraram 17 dias na Praça da Matriz, com a presença de grandes nomes da música popular brasileira.
      Por sua vez, as conquistas olimpicas do nadador Gustavo Borges levaram milhares de pessoas á Avenida Dr.Soares de  Oliveira .Nas três olimpíadas em que disputou  trouxe medalhas, as de 1992, 1996 e 2000.Na volta para casa Gustavo foi muito aplaudido pela população,quando desfiou em carro aberto exibindo as medalhas.
    A Festa do Peão de Boiadeiro, inaugurada em 1991 também trouxe grande prestígio popular, com a presença de artistas de renome, como Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Ivete Sangalo, Jota Quest,Fábio Júnior e outros cantores de renome nacional , que fizeram de julho um mês tradicional desse evento, com grande prestígio público. A partir de 2002 passou a ser realizado em abril, especialmente para a amostra de gado leiteiro. E a partir de 2006 ganhamos a versão da administração Paula&Kadão
    Os antigos e saudosos festivais da Música popular brasileira de 1977 a 1988, realizados sempre no teatro Municipal, sempre com a presença de Victor Martins no corpo de jurados. Esse festival chegou a ganhar corpo, atraindo músicos de outros estados, até mesmo do Rio de Janeiro e Espírito Santo.Eram dias que a juventude da cidade, passava os dias de julho ensaiando para o festival.
   Não podemos esquecer das grandes concentrações de público na avenida Dr. Soares de Oliveira proporcionados pelos passistas das Escolas de Samba da Princesa Isabel, Vila Beatriz  e Maria Geriza . Foram décadas de alegrias que atraia pessoas até de outras cidades.
   Essas são algumas das nossas grandes alegrias públicas, resultantes de conquistas esportivas, outras econômicas e também culturais e religiosas, que ficaram registradas. Aqui não foi possível o registro das festas realizadas em comemoração a São Domingos, São Sebastião, ao Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Carmo, realizadas do final do século XIX, para o início do século XX, até ficar apenas a de Nossa Senhora do Carmo, a nossa padroeira , que todos sabem, tem a festa tradicional em 16 de julho.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

100 anos de Praça X de Março

Nos primeiros 50 anos de existência da nossa principal praça existia ali um cruzeiro próximo onde hoje está o monumento aos quinhentos anos do descobrimento do Brasil. Antes de o cruzeiro ser fincado, veio o primeiro nome: Praça São Domingos. O nome sugerido foi um pedido do Frei Raimundo, da ordem dominicana de Ribeirão Preto, que esteve aqui na cidade no início do século XX.
Em seguida veio outro nome: Dr.Jorge Tibiriçá, uma homenagem ao então governador do Estado de São Paulo. Este nome também não durou muito.
Não temos documento de quando teve início a primeira parte da construção da praça, que até 1911 era um quadrado, justo, onde está a atual Praça de Alimentação.
Em 1912, o prefeito Joaquim de Cerqueira César desapropriou terrenos e até as casas, para dar ao largo o aspecto majestoso de hoje, abrangendo três quadras de comprimento por uma quadra de largura, dando abertura para saída de dez ruas.
E, a partir de 1912 ganhou o nome atual, Praça X de Março, em homenagem ao dia da emancipação política da cidade que aconteceu em 10 de março de 1885.
Durante anos, o interior da praça não passou de um vasto retângulo de terra avermelhada sem qualquer canteiro de grama. As trilhas dos passeios iam surgindo aleatoriamente.
O Prefeito Irlandino Barbosa Sandoval (1916/22) foi o primeiro a gerar as primeiras melhorias como a iluminação e canteiros com árvores.
Veio o primeiro obelisco em homenagem ao centenário da independência do Brasil em setembro de 1922. Esse obelisco desapareceu em 1996 na reforma patrocinada pelo prefeito Archibaldo Moreira Coimbra.
Já no final da década 10 do século passado, a praça contava com dois cinemas. Éden e Odeon. Surgiu um clube italiano, Societá Italiana. Foi o período áureo do café, que terminou com a crise de 1929.
Ao redor do logradouro muitos pala-cetes foram construídos. O padre Vito Fabiani construiu um, de elegante estilo arquitetônico onde hoje, está o único terreno baldio e o ponto de ônibus da viação São Bento. Neste terreno também existiu o palacete do Sr.José Sandoval. O Cel.Irlandino construiu o mais belo de todos, na esquina com a Avenida Dr.Soares, na época, o patrono da avenida era o Dr.Francisco Glicério, que fora um senador da república. Outras pessoas influentes da época construíram seus palacetes: Cap.Primo A.Barbosa, o Cap. José T.Borges , o Major Cristino Ribeiro dos Santos; o Cap. Joaquim Cristino, o farmacêutico Miguel Vilar. O Médico Dr.José Aníbal Soares de Oliveira residiu numa bela casa em frente a Praça de Alimentação, que tinha o nome de Vila Anita; outros que tiveram casas na praça, o Jerônimo Rego, pai do ex-prefeito Orlando Seixas Rego os irmãos Bernardes e de Aurélio Fraguas Vidal, este um dos fundadores da Santa Casa de Misericódia.
Os prefeitos eleitos a partir da década de 1950 passaram a dar mais atenção à Praça, como João Athayde de Souza, Flávio Cavalari; Salvador Cordaro Cruz e Hélvio Nunes Eles geraram a imagem de uma praça moderna. Cada um a seu tempo foram fazendo as melhorias, como calçamento das ruas que teve início em 1950, a construção de uma piscina com fonte luminoso, pequenos lagos, coretos, bancos de assento.
A Rodoviária por quase 50 anos esteve onde é hoje a Praça de Alimentação. Saiu dali em 1983 para se estabelecer no Largo do Rosário, na administração do prefeito José Coimbra.
Com os anos, os palacetes foram demolidos. Alguns ficaram como a casa que aloja as dependências da Secretaria de Obras da Prefeitura, o prédio do SAAE; o atual Bar do Japão, no passado a escola Municipal; e o sobrado com a esquina da Av.Dr.Soares onde se faz presente um conjunto de lojas. E, finalmente o Bar do Zé Maria, cujo prédio já tem mais de 100 anos de existência.
Em 1995, o então prefeito Archibaldo Moreira Coimbra iniciou uma reforma que só foi concluída em 2003, na administração do Prefeito Lúcio Adalberto Lima Machado.
Durante quatro anos a Praça foi cercada com tapumes para esconder os estragos, e foi reinaugurada em 10 de março de 2003, com a presença dos cantores Vítor Martins e Ivan Lins e a Primeira Dama do Estado, Lú Alckmin.
A Caixa d’água construída em 1938 ganhou a arte que homenageia os trabalhadores rurais, A Praça da Alimentação foi oficializada , o Medalhista Gustavo Borges é lembrando em Pantheon Olímpico. Os artistas, o compositor Vitor Martins e o cantor carioca Ivan Lins, o autor e interprete da canção “Minha Ituverava” estão ali representados.
Os confetes e serpentinas que alegraram o carnaval das décadas de 1910 e 20 voltaram ao logradouro, pois há dois anos acontece a festa Carnavalera na praça como igualmente as comemorações da festa da cidade.
A Praça X de Março que teve pavimentação iniciada por volta de 1950, recebe personalidades políticas importantes em comícios memoráveis, como o ex – presidente Whashington Luis; Ulisses Guimarães, Jânio Quadros, Orestes Quércia, Luis Ignácio Lula da Silva.
É a nossa praça que, hoje, está sempre alegre aos domingos com a apresentação das bandas e grupos de pagode; porém há 50 anos era o palco dos famosos footing animados pelo som do Sr. Salvador Cordaro Cruz, com as músicas do coreto, com o som de Nelson Cordaro e outras bandas.

José Leão,agropecuarista ituveravense,recebe comenda do governo de Goiás


José de Paula (óculos) recebe comenda do representante do Faeg.


O Engenheiro Agrônomo e agropecuarista ituveravense José de Paula Leão Júnior recebeu a Comenda do Mérito Agropecuário 2011 na categoria “Pecuária de Corte”, outorgado pelo Estado de Goiás.
As solenidades de entrega dos prêmios aconteceram no mês passado no município de Caldas Novas (GO), na Pousada Ipê. O encontro de Dirigentes Sindicais 2011 e o 7° encontro estadual do empreendedor rural do Sistema Faeg/Senar e Sebrae Goiás,premiou os  agropecuaristas que tiveram melhor desempenho ligado a gestão, assistência técnica, uso de tecnologia , segurança e saúde dos trabalhadores,sustentabilidade econômica, social e ambiental.
José de Paula Leão Júnior recebeu o prêmio das mãos do presidente do sistema Faeg/Senar José Mário Schreiner por cumprir todos os preceitos da NR 31 (que rege a segurança e a saúde no trabalho nas áreas agrícolas, pecuária, silvicultura, exploração florestal e agricultura).
“Para mim,receber esta comenda é de fundamental importância ,pois significa reconhecer o meu trabalho na agropecuária de mais de 3 décadas de atividade , e a sensação de dever cumprido para com toda a sociedade brasileira , e é um prêmio que todo agricultor almeja” – disse José Leão.
Entre os homenageados está o ministro do esporte Aldo Rebelo, que foi importante personagem na elaboração do novo texto do código florestal.
José Leão entende que está premiação serve de estímulo a uma classe que mais contribui para o crescimento e desenvolvimento econômico do país, produzindo alimentos e que agora se preocupa com a nova ordem que se estabelece.”Espero continuar cumprindo meu dever como cidadão para sempre ser considerado um agropecuarista exemplar”.
As solenidades de Caldas Novas também serviram para que as entidades que compõem o sistema de produtores rurais do Estado de Goiás, também traçassem as metas para o ano de 2012.E José Leão igualmente está com suas metas traçadas para este ano.
“Tenho como meta para 2012 melhoras cada vez mais com produtor agropecuarista e esforçar continuadamente para gerar mais saúde e segurança ao trabalhador, item pela qual fui reconhecido para receber essa premiação do Estado de Goiás”, enfatizou.
O homenageado é proprietário das fazendas São Pedro, no município de Novo Planalto (GO); Santa Rita, em Porangatu (GO), Santa Maria/Luzia, em Araguaçu(TO) e São José ,igualmente em Araguaçu (TO).




                                                                   Família

                                                       São os seus pais, José de Paula Leão (falecido) e Edna de Paula Leão.
José de Paula Leão Júnior é casado com Rita de Cássia Araújo de Paula Leão e tem os filhos: Fabiana de Paula Leão, José de Paula Leão, casado com Ana Luiza Machado Leão, Luciana de Paula Leão Triz, casada com Otávio Triz; Renato de Paula Leão e o neto José Fernando Borges Leão.
Tem os irmãos Cristina de Paula Leão Matos Rezende casado com Vagner de Matos Rezende; Francisco César de Paula Leão casado com Renata Tannous de Paula Leão; Ricardo Luiz de Paula Leão casado com Lina de Paula Leão e Regina de Paula Leão, casado com Thómaz Pheil .
O pai, José de Paula Leão também foi agropecuarista , um dos fundadores do Lions Club de Ituverava,foi colaborador dos Jornais Cidade de Ituverava e Tribuna de Ituverava.Foi vereador por dois mandatos (1948/51);(1952/59) por quatro anos :1949/57/58/59 foi presidente da Câmara.