sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Urnas e Igaçabas revelam que índios habitavam a região de Ituverava


No Museu histórico de Ituverava, no Largo do Rosário, encontra – se á disposição do público objetos que pertenceram aos índios.

Esses objetos foram encontrados na Fazenda Sebastião, em 1986. São urnas e igaçabas, feitas de cerâmicas.

As cerâmicas quando encontradas, foram notícias no jornal “O Estado de São Paulo”, o que despertou a atenção de muitas pessoas interessadas em assuntos de arqueologia, como foi demonstrado pelo Sr.José Edson Franco de Godoy, de Mogi Guaçu.

Na época, o Sr.Godoy enviou uma carta ao Prefeito Lúcio Lima Machado (1°mandato, de 1984 a 1988) informando que, igualmente, foram encontradas ás mesmas urnas do tipo Ungulada, Corrugda e Pintada em sua fazenda, naquele município, interior de São Paulo.

Godoy informou que se interessou pelo caso, e até chegou a fazer curso de arqueologia na USP (Universidade de São Paulo).

Segundo ele, as amostras das urnas de Mogi Guaçu foram enviadas para os laboratórios da USP, e pelo método de CARBONO 14, foram datadas em 1.500 anos de existência. Na carta afirma: “Portanto, estas “urnas” encontradas em sua cidade, Sr.Lúcio, provavelmente, deverão ter 1.500 anos”.

No próprio Museu Histórico está a disposição do público um documento , que se refere á última aparição de índios na região:”última referência de indígenas nesta região data de 1805,quando o Cap.Hipólito Pinheiro,alerta Franca para o perigo da gentilidade bárbara que poderia ameaçar os viajantes”.O Epígrafe , ainda, revela :”esses gentios bárbaros seriam os CAIAPÓS meridionais ,índios da família lingüística jê”,

Em conformidade com os estudiosos, Caiapós eram os índios que habitavam as regiões do estado de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Eram considerados muito aguerridos.

Segundo os arqueólogos, este tipo de material, como urnas ou igaçabas, são encontradas, onde pelas imediações passa algum rio, ou riacho.

A História da Música: A Máquina do Tempo


Qualquer pessoa da cidade e região que tenha usado calça boca de sino, cabelos longos, fita no cabelo lembrando Jimi Hendrix , óculos extravagantes á excentricidade Rolling Stones, um cinto medalhão à Bee Gees e que não suportava ficar parado ao som da banda mais famosa de todos os tempos: The Beatles é, de , fato, uma pessoa que foi adolescente ou jovem nos anos 70, embora a banda dos meninos de Liverpool tenha tido o auge nos anos 60. Mas foi a partir da banda inglesa que teve o líder John Lennon, que a banda “Máquina do Tempo” foi inspirada,formado pelos jovens ituveravenses á época: Augusto Sinhorini Chaibub (Bill),José Antônio Jabur (Dodô),Osmar Moyses, Eugênio Machado Condaro ( Geninho), os irmãos Wilson e Moacir Ferreira dos Santos ,Luis Sérgio Garcia (Serginho) ,fez sucesso por longos quatro anos .Jovens á época remanescentes de duas bandas da então década anterior : Os Siderais e The Braziliar Red Caps , cruzaram os tempos estão aí com todo vigor. Hoje, são dentista, comerciantes, engenheiros, bancários, dirigentes universitários

A banda “The Brazilian Red Caps” foi à primeira entre os Ituveravenses a entrar num estúdio de uma gravadora de São Paulo, para lançar um long play (LP), isto em 1968. Foram mil discos de vinil vendidos, numa época em que as barreiras era enormes. As dificuldades estavam incorporadas em outras dimensões e até mesmo políticas, entre elas qualquer artista encontrava o crivo da censura.

Largo da Matriz – 90 anos de história.


A história do Largo da Matriz é uma das mais contagiantes de Ituverava.Matriz devido ao templo que está sob a invocação de Nossa Senhora do Carmo, considerado o mais belo edifício da cidade, é bem provável , até mesmo da região , teve a planta trazida de Roma pelo padre João Rulli que foi executada por Vicente Zenari, e a decoração esteve a cargo do artista italiano Rodolfo Maselli, e a nave foi decorada pelo pintor paulista Orestes Colombari.

As obras foram iniciadas em 1926, e concluídas em 1929. O acabamento interno foi feito em 1936 e o externo em 1937, mas antes do início da construção do grande templo, o Largo que iniciara a formação no início do século XX teve como patrono em justa homenagem, a um dos baluartes da luta contra a escravatura e pela implantação da República, o jurista Rui Barbosa. Este morto em 1° de março de 1923, os camaristas da época prestaram – lhe essa homenagem, ainda, antes desse templo, havia um grande campo de futebol defronte a rua número oito, mais tarde a Cel.José Nunes da Silva, e partilhando este cenário, alguns casebres ao redor do grande largo.

Por volta de 1938, o capitão João Joaquim de Paula construiu quatro edifícios, sendo dois na Rua Rui Barbosa e dois na Rua Benjamin Constant, que são hoje os prédios gêmeos que estão firmes e, ainda, conservam as linhas imponentes da arquitetura da época.

Desses prédios construídos pelo capitão João Joaquim de Paula,em um deles funcionou o prédio do Sanatório Nossa Senhora do Carmo , de propriedade do Dr.Georgides Gonçalves.Apesar de adaptado , manteve moderna aparelhagem para intervenções cirúrgicas variadas.O Sanatório mantinha a clínica geral e a seção de clínica especializada de olhos, nariz, ouvidos e garganta, esta do saudoso medico, Dr.Augusto Marques de Lima, hoje patrono do PAS (Posto de Atendimento de Saúde) do Guanabara.

A praça do largo, formado do lado esquerdo de quem sai da Igreja Matriz, esboçada na década de 1930, de início era cercada, ganhou um pequeno coreto que ficou aço até por volta de 1969, para a construção do Centro Cultural Prof.Cícero Barbosa Lima Júnior, pelo então prefeito Archibaldo Moreira Coimbra.

Em 1973 ás vésperas da inauguração, a casa de cultura ainda composta por um teatro, sala de exposição numa tarde de Domingo laberadas de fogo subiram aos céus.. Levantou – se a suspeita de ter siso um curto – circuito em meio áquela fiação nova, mas nada de garantia que pudesse encerrar o caso, e lá se foi um teatro que teria um dos melhores sistemas acústicos do país, quando, de fato, foi inaugurado somente em 1976, mas não com a qualidade do material que estava instalado antes do incêndio.

Hoje, o Centro Cultural guarda um acervo de 25 mil livros, um Cine – Teatro por onde já passaram grandes atores como Paulo Autran um saguão que serviu várias vezes de sede do Mapa Cultural Paulista e exposição de vários gêneros artísticos.

Outro fato marcante para o chamado Largo da Matriz, foi à mudança do nome do patrono, que acontecem em janeiro de 2000. A Câmara Municipal aprovou o nome de Hélvio Nunes da Silva, este, pois, fora deputados estaduais por quatro legislaturas e os camaristas de Ituverava resolveram homenageá-lo dessa forma.

A praça também serviu de concentração de grandes festas, a exemplo, a que o povo fez para o padre João Rulli quando em 1937, depois de passar alguns meses na Itália, em sua cidade natal, de Bavalino e ao retornar foi ovacionado pelo povo naquele logradouro, e isso aconteceria antes que Rulli assumisse a direção de sua grande Obra, a construção da Santa Casa de Misericórdia, e igualmente um outra grande festa em 1947, com a notícia de que seu querido vigário foi distinguido com o título honorífico de Monsenhor de Sua.Santidade, o Papa.

As festas mais recentes, a missa campal realizada todos os anos após a procissão de Corpus Christi,normalmente realizada de frente ao Centro Cultural; e , as grandes encenações da Paixão de Cristo , que aconteciam nas semanas santas da década de 1970, sempre assistidas por milhares de pessoas naquela centenária Praça da Matriz. Não obstante, a famosa quermesse que é realizada todos os anos no Largo, a mais tradiconal festa de Ituverava.

Ituverava e a Arte Sacra II


Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos não tem este nome á toa. Mais do que um grande símbolo de Ituverava, era o lugar para o qual convergia todo o sofrimento em busca de benções do céu. Eram os escravos que buscavam Deus entre aquelas quatro paredes, construídas entre 1830 e 1840.

Diante do sofrimento, surgiu a arte de uma época, que se eternizou pelos tempos. Eram tempos de comunicação difícil e numa vila, ainda de homens rudes. Tão rudes quanto áquelas paredes que traduzem a atmosfera da época. Era o final do século XIX.

Em Minas Gerais, as Igrejas estavam cobertas de ouro. Aqui cobertas pelo pó de café. Havia um pouco mais de 200 escravos por volta de 1885, e a cidade caminhava para a produção recorde de 15 mil pés formados, que começava a enriquecer a pobre Vila do Carmo da Franca.

Os primeiros vereadores procuram formular leis, para garantir renda para o erário público. Eram os impostos sobre a produção cafeeira; no entanto, a Vila do Carmo da Franca não seguiu os exemplos de tantas outras que vieram incorporar á força do poder das irmandades religiosas, que ganharam status na época, no auge da produção aurífera.

O período cafeeiro, na região, esteve totalmente diferenciado da época do ciclo do ouro. Não surgiu por aqui nenhuma irmandade religiosa que se erguesse, concomitantemente, ao poder do café. Ituverava e região não procuraram imitar as cidades mineiras, que tiveram irmandades famosas, tais as do Carmo, do Rosário, do Pilar, que demonstram ter força política e econômica.

Nossa Igreja do Rosário dos Homens Pretos, e sua imagem, tiveram instrumento apenas devotivo, o que é a grande finalidade de um templo. Aqui não se procurou espelhar na corte de Lisboa, tanto que presenciamos o seu estado de ruína em tempos passados. E apenas há quinze anos, em 1985 é que teve a recuperação.

O artista plástico Lúcio Adalberto Lima Machado reformou a igreja construída entre 1875 e 1879, edificada no Largo do Rosário, contra a tradição pelos escravos negros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, e freqüentados pelos mesmos.

A reinauguração da igrejinha complemente restaurada ocorreu no dia 23de dezembro de 1985, com a presença do ex – governador paulista André Franco Montoro (1983-86).

A igrejinha tem um significado histórico muito importante para o Brasil, pois a partir do século XVIII a Igreja Católica permitiu que os escravos construíssem seus próprios templos, por sinal, os santos negros que fazem parte da hagiológica catolicista passaram a ser venerados pelos escravos, a exemplo Nossa Senhora Aparecida, Santa Ifigênia, São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Como é sabido de todos, a vida dos escravos teve sempre um alto caráter de santidade e devoção pelo sofrimento que passaram.

Os quadros pintados por Lúcio Adalberto são de figuras bíblicas, como o da Anunciação, Virgem das Dores, São João Batista na Prisão, Cristo Flagelado, Cristo na Sinagoga e Pietá.

Pietá é nome dado pelos italianos ás representações da Virgem chorando o Cristo; Anunciação, a mensagem do anjo Gabriel, que anunciou á Virgem o mistério da Encarnação;Sinagoga,Assembléia de Fiéis na antiga judaica. A Sinagoga parece ter tido origem, entre os judeus exilados da Babilônica, pela necessidade que sentiam, longe do templo; São João Batista preparou a chegada de Jesus Cristo – “Viu João a Jesus, que vinha para ele e disse:Eis aqui o Cordeiro de Deus - ; Cristo Flagelado , Pilatos, pois tomou então a Jesus, e o mandou açoitar , e os solados, tecendo de espinhos uma coroa,lhe puseram sobre a cabeça”. Essas são parte das explicações da arte sacra da Igreja Nossa Senhora do Rosário.