domingo, 10 de outubro de 2010

No tempo que os Padeiros deixam o Leite e o Pão nas Janelas.



Houve tempo que as ruas de Ituverava eram todas de paralelepípedos e , hoje , esses tipos de ruas estão todas aí. E todas as ruas de paralelepípedos somadas dão. o verdadeiro tamanho da nossa cidade até o final da década 1960. Por isso essas ruas são históricas. É lógico que havia as ruas de chão batido que foi formavam alguns bairros como a Vila São Jorge , a Vila Beatriz , o Largo Velho.

Pois bem, nesse tempo havia algo diferente. As padarias entregavam o pão em casa. Todas as panificadoras tinham suas charretes e na parte traseira havia uma espécie de caixa onde os pães eram guardados.

Assim que dava 5 horas da manhã é como se ouvíssemos o tropel de cavalos puxando as charretes.Ouvíamos o falar baixo do condutor do carro de animais, falando ao cavalo. – Oooopa! Era o comando das fala ligado ao comando das mãos que puxava o breque.e alertava o animal. E a charrete parava.

Ouvíamos o barulho do salto ao chão do entregador de pães. Em seguida também ouvíamos o barulho da portinhola da caixa de pães. O homem tirava um, dois, três, quatro até mais pães bengalas e os ia distribuindo nas casas daquela rua.

Ele entrava nas casas, Era um convidado especial. Ouvíamos o barulho do abre e fecha dos portões de cada casa. Passado alguns instantes, ouvíamos o barulho do carroceiro voltando para conduzir novamente o animal e mais uma vez ouvíamos o estalar dos arreios. Ele seguia o seu trabalho e o cavalo com o ploc – ploc de seus cascos.

Algumas casas também recebiam o leite e os donos das casas deixavam um litro cilíndrico de vidro vazio. O carroceiro trocava – o por um cheio e na janela ficava o leite e os pães.

Quando as donas de casa levantavam só faltava colocar a toalha á mesa com a manteiga. O pão estava quentinho. O leite era fervido. Tomado com café passado na hora. Naquele tempo dos achocolatados só existia o famoso toddy.

As casas naqueles tempos não tinham muros na frente. Eram de grades e muros baixos. Não é como hoje que as casas parecem verdadeiras fortalezas com muros altos e cerca elétrica.

E o curioso é que não se ouvia queixas de roubos de pães e leites. “O pão e o leite ficavam por pelo menos uma hora nas janelas e ninguém os roubava”. Enquanto isso, também ouvíamos a passagem de caminhões de pau-de-arara, ou melhor dizendo, os caminhões que transportavam os trabalhadores rurais, iam para as roças, todos empeluncados na carrocerias sem nenhuma proteção, á frente iam os fazendeiros com suas caminhonetes marca ford.

Quando o sol aparecia por detrás da cachoeira Salto Belo, em pleno verão, a luz ardente alumiava a garotada que ia para as escolas, os trabalhadores das inúmeras cerealistas existentes na cidade, pedalando suas bicicletas e iam para o trabalho.

Era o tempo que não existiam drogas. Era o tempo que não havia parafernália eletrônica de hoje. Era o tempo da TV em preto e branco, que poucos a possuíam; era o tempo do fogão de quatro bocas, quando não o possuíam havia os fogões de lenhas. E todas eram mais felizes.

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