sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A história de arte sacra de Ituverava


Os Oratórios de Ituverava

Oratórios também foram nome de uma antiga congregação religiosa, que se espalhou pela Itália, França e Portugal. Foi através da Congregação do Oratório introduzido em Portugal em 1668 pelo Padre Bartolomeu de Quental, que surgiram os auxiliares do Marquês de Pombal quando tirou o ensino das mãos dos Jesuítas no Brasil.

O oratório também era usado por estas Congregações, onde os pecadores faziam suplício. Dos portugueses, existe um famoso que está na cidade de Aljubarrota, que pertenceu a D.João I.

Congruente á importância histórica das nossas imagens é importante que saibamos a origem de nossos objetos sagrados que já guardam quase dois séculos de tradição, despontamento de fé e religiosidade.

Em 1500 a descoberta ou conquista da Terra de Vera Cruz, vulgo Brasil, foi abençoado pelo sinal da Cruz. A caravela de Cabral chegou ás novas terras carregando e meio á sua bagagem um oratório com a imagem de Nossa Senhora da Esperança, iniciando uma tradição que perpetuou o contato do homem com a divindade pelos séculos seguintes.

Oratórios são, igualmente, um pequeno armário; em Minas Gerais simboliza ainda a gratidão de fé, pelas andanças perigosas dos aventureiros , acompanhando - os com a sua benção e indispensável patrocínio.O certo é que esses objetos de fé, hoje, escassos, único museu do gênero está em Ouro Preto – MG, - “ocuparam as íngremes montanhas, tornearam rios, produziram vilas, cidades , aglomeraram comunidades em torno da fé e espiritualidade”, diz Ângela Gutierrez.

O nosso fundador, como consta nos arquivos históricos de Minas Gerais, em Belo Horizonte, João Alves de Figueiredo, em companhia de José, seu irmão, também tornearam os rios mineiros até chegar á Cachoeira do Inferno, hoje, Salto Belo.

No livro de Sesmaria, do arquivo mineiro, existe um registro de concessão ao Capitão José Alves de Figueiredo, com data de 28 de julho de 1788. Terras estas, que estariam entre os rios Grande e Sapucaí.

Foi com objetivo de encontrar, ou conquistar as terras doadas pela Corte Portuguesa , que Alferes João Alves de Figueiredo trouxe em sua bagagem , ao lombo de algum burro , um oratório , com a imagem de Nossa Senhora do Carmo.Com isto, certamente ,Ituverava , surgiu de uma cidade tipicamente religiosa.Do oratório com a Padroeira ficou a grande testemunha da aventura dos descobridores de Ituverava , do início do século XIX;tornou – se o botão de nossa história.Esta imagem, hoje, está no altar da Capela da Santa Casa de Misericórdia .

O altar religioso da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos entrou em estado de ruínas e teve um destino trágico, com a sua demolição em 1967. Em 1985, ele foi reconstituído, mas não se sabe se foi com as mesmas características.

No oratório da Igreja Matriz, está outra imagem de Nossa Senhora do Carmo, trazida da Itália pelo Cônego Vitor Fabiani no início do século. A santa padroeira de Ituverava está ligada a Ordem dos Carmelitas.

Com isso, o tempo vai remontando as histórias de outros templos religiosos da cidade. A Igreja São João Batista, com a sua belíssima sacristia, uma réplica do próprio templo, apesar de ser novíssimo deverá ser o baluarte da riqueza da arte sacra no século XXI para Ituverava.

Enfim , outros monumentos serão tão importantes quantos os significados políticos e religiosos.É a arte expressando a nossa tomada da consciência de que somos uma cidade alva e participativa dos movimentos em prol da nossa liberdade e desenvolvimento econômico e , com isso , para galgarmos melhores níveis de vida.

Fundamentado nos livros de José Geral Evangelista e Moacir França e nos estudos de Ângelo Gutierres, fundadora do Museu do Oratório de Ouro Preto – MG.

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