segunda-feira, 30 de maio de 2011

Visibilidade e Enriquecimento



Imagens podem ser multiplicidades, complexidades e somatórias de coisas a frente de nossa visão. Podem ser figuras, quadros de arte, imagens de santo, da mídia, de cartazes. Tudo somando gera infinitas idéias que transitam entre o real e o imaginário.

E, é justamente esse trânsito de imagens a nossa frente que nos estimula, induz ocupar o nosso espírito por um motivo ou outro: pode ser pelo belo, pela fantasia, modismo, tendências múltiplas.

As imagens são infinitas, mesmo a nossa diante de espelhos plano, côncavo ou convexo. Cada espelho reflete sua imagem, podem ser: plana, afilada ou obesa e, assim, são as imagens que vemos a frente das nossas retinas. Enxergamos como desejamos, de acordo com as nossas tendências.

As imagens passam a nossa frente velozmente e a impressão que se fica é que correm concomitantemente aos ponteiros do relógio, porque o conceito é um só: tempo é dinheiro.

As relações que temos com as imagens são as mesmas que temos com o nosso corpo, nossos hábitos, costumes e ideologia. Tudo somado gera a curiosidade, esta é que nos impulsiona a ir atrás de uma imagem inusitada. As imagens são eternas batalhas entre o velho e novo. O novo sempre chama mais atenção e o velho tem que ser sempre reinventado.

As imagens exigem cada vez mais de nós porque rendemos ao consumo exagerado há muito tempo. O nosso consumo tornou – se um vício. Não damos trégua ao que queremos e tudo tem que ser para o agora. É preciso repensar os valores que damos para as coisas. É preciso mudar o conceito de que tempo é dinheiro, que tal a humanidade pensar que tempo é amor, paz, amizade.

O cenário futuro será de decisão. Matamos ou salvamos o nosso planeta. É hora da escolha. A terra abrigava 1 bilhão de seres humanos no ano de 1800, dois séculos depois somos quase 7 bilhões de habitantes.Como produzir cada vez mais? A quantidade de água é a mesma, a quantidade de terras agricultáveis vem diminuindo devido aos desastres ecológicos.

Por outro lado, as florestas e outros recursos naturais não são os mesmos de dois séculos atrás. Do petróleo de superfície já estamos explorando o petróleo do fundo do mar, bem além do fundo do mar: o pré – sal. Estamos furando a terra há séculos. Furamos, furamos para depois a Petrobrás mostrar a imagem de empresa próspera e sólida que vale a pena investir em suas ações.

Furamos a terra para explorar o minério de ferro, com esse mineral fabricamos carros, trens, tratores. De fato é preciso produzir. Porém, a imagem do dia seguinte instiga o consumidor a trocar de carro, a comprar outro trator para a lavoura. O que se produzia no passado era para durar 20,30 anos, hoje, são produtos descartáveis e em pouco tempo tornam – se sucata de ferro velho. Assim são com os computadores de outros produtos de tecnologia.

Se os processos das imagens endógenas e exógenas produzidas complexidade visual e mental geram verdadeiros acervos de imagens na nossa cabeça é porque é um processo natural. Toda essa troca de processo se avoluma com a avalanche de imagens espalhadas por uma sociedade globalizada. Uma sociedade que induz uma ideologia de consumismo de mulheres, de jovens, de homens engessados em padrões ditados pela Ditadura da Mídia. ”Para você fazer sucesso tem que ser assim, se não for assim está fora”. Esse é um tipo de imagem pessoal, do padrão que pode levar ao sucesso, do estereotipo do corpo, cabelo, moda.

Por outra via, temos as imagens dos produtos de consumo imediato. Alimentos, chocolates, roupas, celulares, refrigerantes. Beber cerveja foi trocado por consumo responsável. É o cara que sabe beber, sem se embriagar. Este é um cara bacana, que sabe beber e, sobretudo conquistador de mulheres com uma roupa bonita. É a nova imagem do homem que bebe cerveja, já não é mais a imagem daquele homem da ponta do balcão, de vida melancólica e desleixada.

Quem nunca se levantou e foi para a geladeira após ver um comercial na TV de uma pizza, de um chocolate, de doce qualquer, de um refrigerante, ou não se lembrou de listar para a compra do dia seguinte.

Vivemos no Brasil onde o mercado cultural representa apenas 5% do consumo. São 5% das pessoas que lêem bons livros e jornais, assistem bons filmes e peças teatrais, compram as boas músicas, procuram conhecer as diversidades culturais do país e consomem o necessário; no entanto, temos 95% de uma população de um país que gasta mal o dinheiro, que são facilmente seduzidos pelas imagens falsas que dizem levar ao sucesso financeiro e profissional, amoroso e pessoal.São constantemente enganados, tanto que boa parcela da população vive endividada , tornaram – se estatística dos cartões de crédito, contas bancárias e uma parcela esta com a ficha suja na polícia porque tentaram ou roubaram aquilo que não conseguiram comprar.

É a ditadura das imagens.

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